Turistas observam uma cenografia do Muro de Berlim; 20 anos após a queda da "cortina de ferro" a Alemanha está unificada, mas as marcas da divisão permanecem, com o alto desemprego no lado oriental.
"O mundo celebra nesta segunda-feira (9) os 20 anos da queda do Muro de Berlim, uma barreira de concreto com um pouco mais de 155 km de extensão que separou a cidade por quase três décadas e virou o símbolo da Guerra Fria que dividiu o mundo entre comunistas e capitalistas na segunda metade do século passado.
Na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, Berlim foi dividida ao meio por ordem das autoridades da República Democrática da Alemanha (RDA, Alemanha Oriental), que mandaram instalar uma cerca com arames para partir fisicamente a cidade.
De 9 para 10 de novembro de 1989, os habitantes da Berlim Ocidental e os da Berlim Oriental foram surpreendidos pela queda do muro, depois de meses de protestos e da reforma política ("perestroika") promovida pelo então líder soviético, Mikhail Gorbachov. O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, estava em Varsóvia (Polônia) em visita oficial e só voltou a Berlim no dia seguinte.
O muro, classificado como "da vergonha" pelo Ocidente capitalista e como "muralha de proteção contra o antifascismo" pelo leste comunista, permaneceu de pé por 28 anos, dois meses e 27 dias.
Em sua construção, decidida na reunião do Pacto de Varsóvia (Moscou, junho de 1961) por iniciativa da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), trabalharam cerca de 40 mil soldados e policiais da RDA.
O muro cruzava Berlim e rodeava a parte ocidental, transformando-a em uma "ilha". E sua origem está na divisão da Alemanha, decidida pelas potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial (Estados Unidos, Reino Unido, França e URSS) e que, em 1949, acabou gerando dois países: a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a RDA.
Polícia matou 276 pessoas que tentaram cruzar o muro
Por causa do muro, Berlim tornou-se símbolo da Europa repartida em dois blocos após a explosão da Guerra Fria, travada por Estados Unidos e seus aliados ocidentais, de um lado, e pela URSS e os países sob sua influência ao leste da Áustria, do outro.
Segundo a Promotoria de Berlim, pelo menos 276 pessoas morreram e mais de 3.000 foram presas tentando fugir do comunismo do lado leste. A primeira vítima foi Günter Litfin, que tinha 24 anos quando perdeu a vida, em 24 de agosto de 1961. A última foi Chris Gueffroy, morto a tiros em 5 de fevereiro de 1989, aos 20 anos.
Depois da queda, o debate passou a ser sobre a reunificação. Os gritos de 'Somos o povo', com o qual os berlinenses se manifestavam a favor da queda do muro 1989, foram trocados pelos de 'Somos um povo'.
Duas décadas depois da abertura do Muro de Berlim, a Alemanha ocupa um novo lugar no cenário internacional e não hesita em dizer não a seus parceiros para defender seus interesses, afirma Jackson Janes, do Instituto Americano de Estudos Contemporâneos sobre a Alemanha.
- Até 1989, entre os Estados Unidos e a URSS, a Alemanha era uma questão de política externa, e hoje ela se tornou um ator.
Os alemães defendem os interesses nacionais. Até a reunificação, "ser europeu era o único nacionalismo permitido na Alemanha", lembra Ulrike Guérot, do Conselho Europeu para as Relações Exteriores.
Liberada dos constrangimentos da divisão em dois Estados pertencentes a dois blocos, ela teve de enfrentar escolhas novas e aprendeu a dizer não, explica Janes".
Na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, Berlim foi dividida ao meio por ordem das autoridades da República Democrática da Alemanha (RDA, Alemanha Oriental), que mandaram instalar uma cerca com arames para partir fisicamente a cidade.
De 9 para 10 de novembro de 1989, os habitantes da Berlim Ocidental e os da Berlim Oriental foram surpreendidos pela queda do muro, depois de meses de protestos e da reforma política ("perestroika") promovida pelo então líder soviético, Mikhail Gorbachov. O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, estava em Varsóvia (Polônia) em visita oficial e só voltou a Berlim no dia seguinte.
O muro, classificado como "da vergonha" pelo Ocidente capitalista e como "muralha de proteção contra o antifascismo" pelo leste comunista, permaneceu de pé por 28 anos, dois meses e 27 dias.
Em sua construção, decidida na reunião do Pacto de Varsóvia (Moscou, junho de 1961) por iniciativa da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), trabalharam cerca de 40 mil soldados e policiais da RDA.
O muro cruzava Berlim e rodeava a parte ocidental, transformando-a em uma "ilha". E sua origem está na divisão da Alemanha, decidida pelas potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial (Estados Unidos, Reino Unido, França e URSS) e que, em 1949, acabou gerando dois países: a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a RDA.
Polícia matou 276 pessoas que tentaram cruzar o muro
Por causa do muro, Berlim tornou-se símbolo da Europa repartida em dois blocos após a explosão da Guerra Fria, travada por Estados Unidos e seus aliados ocidentais, de um lado, e pela URSS e os países sob sua influência ao leste da Áustria, do outro.
Segundo a Promotoria de Berlim, pelo menos 276 pessoas morreram e mais de 3.000 foram presas tentando fugir do comunismo do lado leste. A primeira vítima foi Günter Litfin, que tinha 24 anos quando perdeu a vida, em 24 de agosto de 1961. A última foi Chris Gueffroy, morto a tiros em 5 de fevereiro de 1989, aos 20 anos.
Depois da queda, o debate passou a ser sobre a reunificação. Os gritos de 'Somos o povo', com o qual os berlinenses se manifestavam a favor da queda do muro 1989, foram trocados pelos de 'Somos um povo'.
Duas décadas depois da abertura do Muro de Berlim, a Alemanha ocupa um novo lugar no cenário internacional e não hesita em dizer não a seus parceiros para defender seus interesses, afirma Jackson Janes, do Instituto Americano de Estudos Contemporâneos sobre a Alemanha.
- Até 1989, entre os Estados Unidos e a URSS, a Alemanha era uma questão de política externa, e hoje ela se tornou um ator.
Os alemães defendem os interesses nacionais. Até a reunificação, "ser europeu era o único nacionalismo permitido na Alemanha", lembra Ulrike Guérot, do Conselho Europeu para as Relações Exteriores.
Liberada dos constrangimentos da divisão em dois Estados pertencentes a dois blocos, ela teve de enfrentar escolhas novas e aprendeu a dizer não, explica Janes".
Fonte:
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/queda-do-muro-de-berlim-simbolo-de-um-mundo-dividido-completa-20-anos-20091109.html
Obs.:
Os grifos, no texto, são meus.
Obs.:
Os grifos, no texto, são meus.
4 comentários:
Bom dia, Adélia
Vitoriosa a democracia na queda do muro?
Tenho minhas dúvidas pois o homem não mudou.
Um grande abraço,
Uman
Uman, concordo que a dimensão é bem maior que apenas a queda do muro. O ser humano tem muito ainda a evoluir na escala emocional e espiritual. Porém, a cada mínimo passo é uma vitória! Abraços.
tem uma comédia ótima sobre a queda do muro, é o filme Adeus, Lênin,vale a pena.
Beijos :)
Jeanne, ótima indicação! Obrigada! Beijos.
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