domingo, 29 de novembro de 2009

Declaração de Afeto


Recebi da minha amiga querida, Maria José do blog: "A Arca do Autoconhecimento".
Agradeço profundamente esta declaração, que retribuo com muito carinho.

Escolhemos dez amigos para declarar a nossa amizade e nomeamos num post.
Cada um deverá nomear até 10, e assim sucessivamente.
Não há selos ou prêmios, apenas a nossa declaração de afeto.

E a minha declaração sincera de afeto vai para:

Como são apenas 10, com certeza, muitos ficarão de fora, mas por exigência das regras do jogo.


São eles:
1. Tereza (Bliss 1000)
2. Jorge (Nectan Reflexões)
3. Norminha (Sem Fronteiras Para O sagrado)
4. Cida (Reiki Sahashara)
5. Claudinha (Transmimentos de Pensações)
6. Jeanne (Crescer dá Trabalho)
7. Luíza (Saber de Si)
8. Padma (Luz da Alma)
9. Lane (De Vez Em Quando Venho Aqui)
10. Sérgio Ricardo (Todo Seu)



Aqui vai, a minha declaração de afeto:

Vivencio com e através de vocês, meus queridos amigos, universos maravilhosos.
Universos, estes, onde aprendo muito. Neste, há o precioso compartilhar: do respeito, carinho, alegria, conhecimentos, pensamentos e experiências de vida.

Quanta diversidade em cada ser!

Quantas belezas expressas em cada post de cada blog!

Uma troca fantástica no dia-a-dia de nossas vidas!

Observo e contemplo cada um, como flores diversas de um jardim.
Cada uma com seu colorido, perfume, formato e tipos de cuidados.

Percebo como é imensa e infindável a diversidade humana...

Pessoas que já conhecia anteriormente,
pessoas que conheci a pouco tempo, mas todos meus amigos.

A cada visita uma alegria do encontro
e das palavras que complementam e enriquecem minha alma.

Por tudo isto e além disto tudo:
Meu afeto e gratidão a todos vocês e aos demais também!


Adelia Ester Maame Zimeo



Sonhos Premonitórios / Vivência Premonitória Atual



"Sonhos premonitórios são aqueles cujos fatos vistos ou vivenciados durante o sonho realizam-se no plano material, e ocorrem normalmente de três formas diferentes como veremos a seguir.

Quando durante o sono, o espírito estando desprendido do corpo físico, e participando da vida no plano espiritual, ele tem uma visão muito mais ampla das realidades e das leis que regem a vida e o universo. Nesse estado ele pode com maior facilidade perceber a forma como se desenrola determinados fatos de sua vida ou de outrem, e assim antever o desfecho lógico para aquela situação. Assim se dá uma boa parte das premonições em sonhos.

Uma outra forma de sonho premonitório é quando estando no plano espiritual, o espírito recebe de um ou mais espíritos evoluídos, informações sobre fatos que ainda estão para ocorrer e ao acordarem trazem a lembrança de tais informações.

Nesses dois tipos de experiências ao acordar tem-se na grande maioria das vezes a impressão de ter vivido aquelas situações, o que não é verdadeiro. Tem-se essa impressão porque a linguagem usada para comunicar-se entre um espírito e outro não é a palavra articulada e sonora emitida pelo aparelho fonador de um corpo físico e sim uma linguagem telepática onde se passa uma idéia formada ou imagens que se queira transmitir ao outro espírito.

A terceira maneira desse tipo de sonho é mais rara de ocorrer por se tratar de uma forma mais precisa e rica em detalhes, e às vezes, até com precisão de datas, horas e locais, são verdadeiras visões proféticas, de fatos que irão acontecer em um espaço de tempo que pode variar de algumas horas até vários séculos de antecedência. Nesse tipo de sonho o espírito daquele que sonha é transportado ao local e hora exata no futuro onde os fatos irão acontecer e assiste o desenrolar das cenas reais e irão recordar dessas imagens com riqueza de detalhes quando despertarem.

É importante lembrar que o sonho não é a única forma de premonição que existe e também não é o mais comum. O transe mediúnico de clarividência e clariaudiência são muito mais frequentes que os sonhos".



Autoria:
Ronaldo Cardim

Imag
em:
www.greatdogsite.com/.../Toy_Poodle/?index=
7



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Vivência Premonitória Atual:


Na noite desta sexta-feira, durante o sono, tenho um sonho em que vejo um poodle pequeno atacando minha cachorra (preta: mistura de yorkshire e poodle). Tenho a impressão que seu olho esquerdo é ferido e está fica com aspecto embaçado. Acordo com esta sensação muito nítida e com um impacto interno forte.

Costumo levá-la a passear, algumas vezes ao dia.

Assim, como de costume, sábado de manhã lá vou eu e ela ao passeio.

Não havia cachorro nenhum à vista. Quando isto ocorre, costumo desviar ou perguntar se é macho. Quando é sexo oposto não costuma haver briga.
Eles se cheiram, banam seus rabinhos e ficam alegres.

Depois de passear pela avenida, pelas esquinas, faço o retorno em uma esquina. Nela observo do outro lado da rua, uma poodle branca sentada na calçada. Olha-me fixamente e mais do que imediatamente, corre na direção de minha cachorra. Começa a briga. Naquele momento, me vem o sonho que tive.Tento apartá-las, mas em vão. O dono dela, está dentro da loja, mas nada dele auxiliar. Nisto um rapaz passa e segura a coleira da minha, quando consigo finalmente pegar a poodle e levá-la para dentro da loja.
"Sugiro" enfaticamente, então, ao dono que não a deixe mais solta pela calçada.

Assim, eu exausta e com os braços cheios com vergões vermelhos,
vou averiguar o estado de minha cachorrinha.

Em seu corpo não havia machucado grave,
mas seu olho esquerdo aparentava estar com um risco na córnea.

Levo-a imediatamente à Veterinária.
Ela coloca um corante em seu olho esquerdo para poder avaliá-lo.

Felizmente, nada sério encontrado.
Seu olho passado, um período deste corante, fica embaçado como eu havia visto no sonho. Algo, que vai saindo gradativamente, pois é o efeito do corante.

Assim, durante o sono, tive um sonho premonitório (por imagens).
Um sinal do que estava por acontecer, logo, no manhã seguinte.

Sempre percebo a ajuda que ocorre em situações de emergência.
O rapaz (devia ter seus 18 anos) que veio ao meu encontro e me auxilia. E fica até o final do incidente. Antes de ir embora, me pergunta se preciso de algo, ao me ver avaliando o estado de minha cachorra. Agradeço-o muito pelo seu ato e digo-lhe que pode ir. Enquanto, o homem responsável pela poodle, apenas ri e nada faz. Totalmente alheio ao fato. Quanto a este não nutro nenhum sentimento, pois é um ser muito alienado.

Na vida, sempre teremos auxílio que vem de quem e de onde menos se espera.
A este devemos ser gratos, pois sinto-os como enviados divinos a nos auxiliarem, em contrapartida aos que nada fazem.

A Vida é sempre muito generosa.
Ela nos envia sinais de toda natureza para nos alertar, quanto ao que está ocorrendo ou está por ocorrer. E dentro da ocorrência, nos promove auxílio.
Por tudo isto, sempre reverencio a Vida com profunda gratidão!


Adelia Ester Maame Zimeo




sábado, 28 de novembro de 2009

Oração do Perdão



"Buscando eliminar todos os bloqueios que atrapalham minha evolução, dedicarei alguns minutos para perdoar.

A partir deste momento, eu perdôo todas as pessoas que de alguma forma me ofenderam, me injuriaram, me prejudicaram ou me causaram dificuldades desnecessárias.

Perdôo, sinceramente, quem me rejeitou, me odiou, me abandonou, me traiu, me ridicularizou, me humilhou, me amedrontou, me iludiu.

Perdôo, especialmente, quem me provocou até que eu perdesse a paciência e reagisse violentamente, para depois me fazer sentir vergonha, remorso e culpa inadequada. Reconheço, que também fui responsável pelas agressões que recebi, pois várias vezes confiei em indivíduos negativos, permiti que me fizessem de bobo e descarregassem sobre mim seu mau caráter.
Por longos anos suportei maus tratos, humilhações, perdendo tempo e energia, na tentativa inútil de conseguir um bom relacionamento com essas criaturas.

Já estou livre da necessidade compulsiva de sofrer e livre da obrigação de conviver com indivíduos e ambientes tóxicos. Iniciei agora, uma nova etapa de minha vida, em companhia de gente amiga, sadia e competente: queremos compartilhar sentimentos nobres, enquanto trabalhamos pelo progresso de todos nós.

Jamais voltarei a me queixar, falando sobre mágoas e pessoas negativas. Se por acaso pensar nelas, lembrarei que já estão perdoadas e descartadas de minha vida íntima definitivamente.
Agradeço pelas dificuldades que essas pessoas me causaram, pois isso me ajudou a evoluir, do nível humano ao nível espiritualizado em que estou agora.

Quando me lembrar das pessoas que me fizeram sofrer, procurarei valorizar suas boas qualidades e pedirei ao Criador que as perdoe também, evitando que elas sejam castigadas pela lei da causa e efeito,
nesta vida ou em futuras.

Dou razão a todas as pessoas que rejeitaram o meu amor e minhas boas intenções, pois reconheço que é um direito que assiste a cada um me repelir, não me corresponder e me afastar de suas vidas.


(Fazer uma pausa, respirar profundamente algumas vezes, para acúmulo de energia).


Agora, sinceramente, peço perdão a todas as pessoas a quem, de alguma forma, consciente e inconscientemente, eu ofendi, injuriei, prejudiquei ou desagradei.

Analisando e fazendo julgamento de tudo que realizei ao longo de toda a minha vida, vejo que o valor das minhas boas ações é suficiente para pagar todas as minhas dívidas e resgatar todas as minhas culpas, deixando um saldo positivo a meu favor.

Sinto-me em paz com minha consciência e de cabeça erguida respiro profundamente, prendo o ar e me concentro para enviar uma corrente de energia destinada ao Eu Superior. Ao relaxar, minhas sensações revelam, que este contato foi estabelecido.

Agora dirijo uma mensagem de fé ao meu Eu Superior, pedindo orientação, proteção e ajuda, para a realização, em ritmo acelerado, de um projeto muito importante que estou mentalizando e para o qual já estou trabalhando com dedicação e amor.

Agradeço de todo o coração, a todas as pessoas que me ajudaram e comprometo-me a retribuir trabalhando para o bem do próximo, atuando como agente catalisador do entusiasmo, prosperidade e auto-realização.

Tudo farei em harmonia com as leis da natureza e com a permissão do nosso Criador, eterno, infinito, indescritível que eu, intuitivamente, sinto como o único poder real, atuante dentro e fora de mim.


Assim seja, assim é e assim será".




Fonte:
http://www.magnifica.com.br/radiestesia/oracao_do_perdao.asp


Imagem: Internet
kevin kern butterfly



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A Mensagem de Viktor Frankl













No dia 2 de setembro [de 1997] morreu, aos 92 anos, um dos homens realmente grandes deste século. Acabo de escrever isto e já tenho uma dúvida: não sei se o médico judeu austríaco Viktor Frankl pertenceu mesmo a este século. Pois ele só viveu para devolver aos homens o que o século XX lhes havia tomado - e não poderia fazê-lo se não fosse, numa época em que todos se orgulham de ser "homens do seu tempo", alguém muito maior do que o século.


Viktor Emil Frankl, nascido em Viena em 26 de março de 1905, foi grande nas três dimensões em que se pode medir um homem por outro homem: a inteligência, a coragem, o amor ao próximo. Mas foi maior ainda naquela dimensão que só Deus pode medir: na fidelidade ao sentido da existência, à missão do ser humano sobre a Terra.


Homem de ciência, neurologista e psiquiatra, não foi o estudo que lhe revelou esse sentido. Foi a temível experiência do campo de concentração. Milhões passaram por essa experiência, mas Frankl não emergiu dela carregado de rancor e amargura. Saiu do inferno de Theresienstadt levando consigo a mais bela mensagem de esperança que a ciência da alma deu aos homens deste século.


O que possibilitou esse milagre singular foi a confluência oportuna de uma decisão pessoal e dos fatos em torno. A decisão pessoal: Frankl entrou no campo firmemente determinado a conservar a integridade da sua alma, a não deixar que seu espírito fosse abatido pelos carrascos do seu corpo. Os fatos em torno: Frankl observou que, de todos os prisioneiros, os que melhor conservavam o autodomínio e a sanidade eram aqueles que tinham um forte senso de dever, de missão, de obrigação.

A obrigação podia ser para com uma fé religiosa: o prisioneiro crente, com os olhos voltados para o julgamento divino, passava por cima das misérias do momento. Podia ser para com uma causa política, social, cultural: as humilhações e tormentos tornavam-se etapas no caminho da vitória. Podia ser, sobretudo, para com um ser humano individual, objeto de amor e cuidados: os que tinham parentes fora do campo eram mantidos vivos pela esperança do reencontro. Qualquer que fosse a missão a ser cumprida, ela transfigurava a situação, infundindo um sentido ao nonsense do presente. Esse senso de dever era a manifestação concreta do amor - o amor pelo qual um homem se liberta da sua prisão externa e interna, indo em direção àquilo que o torna maior que ele mesmo.


O sentido da vida, concluiu Frankl, era o segredo da força de alguns homens, enquanto outros, privados de uma razão para suportar o sofrimento exterior, eram acossados desde dentro por um tirano ainda mais pérfido que Hitler - o sentimento de viver uma futilidade absurda.
Frankl tinha três razões para viver: sua fé, sua vocação e a esperança de reencontrar a esposa. Ali onde tantos perderam tudo, Frankl reconquistou não somente a vida, mas algo maior que a vida. Após a libertação, reencontrou também a esposa e a profissão, como diretor do Hospital Policlínico de Viena.


Assim ele registra, no seu livro Man's Search for Meaning, uma das experiências interiores que o levaram à descoberta do sentido da vida:

"Um pensamento me traspassou: pela primeira vez em minha vida enxerguei a verdade tal como fora cantada por tantos poetas, proclamada como verdade derradeira por tantos pensadores. A verdade de que o amor é o derradeiro e mais alto objetivo a que o homem pode aspirar. Então captei o sentido do maior segredo que a poesia humana e o pensamento humano têm a transmitir: a salvação do homem é através do amor e no amor. Compreendi como um homem a quem nada foi deixado neste mundo pode ainda conhecer a bem-aventurança, ainda que seja apenas por um breve momento, na contemplação da sua bem-amada. Numa condição de profunda desolação, quando um homem não pode mais se expressar em ação positiva, quando sua única realização pode consistir em suportar seus sofrimentos da maneira correta - de uma maneira honrada -, em tal condição o homem pode, através da contemplação amorosa da imagem que ele traz de sua bem-amada, encontrar a plenitude. Pela primeira vez em minha vida, eu era capaz de compreender as palavras: 'Os anjos estão imersos na perpétua contemplação de uma glória infinita'."


Frankl transformou essa descoberta num conceito científico: o de doenças noogênicas. Noogênico quer dizer "proveniente do espírito". Além das causas somáticas e psíquicas do sofrimento humano, era preciso reconhecer um sofrimento de origem propriamente espiritual, nascido da experiência do absurdo, da perda do sentido da vida: "O homem, dizia ele, pode suportar tudo, menos a falta de sentido."


Das reflexões de Frankl sobre a experiência do absurdo nasceu um dos mais impressionantes sistemas de terapia criados no século dos psicólogos: a logoterapia, ou terapia do discurso - um conjunto de esquemas lógicos usados para desmontar os subterfúgios com que a mente doentia procura eludir a questão decisiva: a busca do sentido.

(...)

O sentido da vida simplesmente existe: trata-se apenas de encontrá-lo.
Universal no seu valor, individual no seu conteúdo, o sentido da vida é encontrado mediante uma tenaz investigação na qual o paciente, com a ajuda do terapeuta, busca uma resposta à seguinte pergunta: Que é que eu devo fazer e que não pode ser feito por ninguém, absolutamente ninguém exceto eu mesmo? O dever imanente a cada vida surge então como uma imposição da estrutura mesma da existência humana.

Nenhum homem inventa o sentido da sua vida: cada um é, por assim dizer, cercado e encurralado pelo sentido da própria vida. Este demarca e fixa num ponto determinado do espaço e do tempo o centro da sua realidade pessoal, de cuja visão emerge, límpido e inexorável, mas só visível desde dentro, o dever a cumprir.


Em vez de dissolver a individualidade humana nos seus elementos, mediante análises tediosas que arriscam perder-se em detalhes irrelevantes, a logoterapia busca consolidar e fixar o paciente, de imediato, no ponto central do seu ser, que é, e não por coincidência, também o ponto mais alto. Eis aí por que é inútil buscar provas teóricas do sentido da vida: ele não é uma máxima uniforme, válida para todos - é a obrigação imanente que cada um tem de transcender-se.

Discutir o sentido da vida sem realizá-lo seria negá-lo; e, uma vez que começamos a realizá-lo, já não é preciso discuti-lo, porque ele se impõe com uma evidência que até a mente mais cínica se envergonharia de negar.

(...)

Dirigindo-se a um público universitário norte-americano, Viktor Frankl pronunciou estas palavras onde a lucidez se alia a uma coragem intelectual fora do comum:

"Não foram apenas alguns ministérios de Berlim que inventaram as câmaras de gás de Maidanek, Auschwitz, Treblinka: elas foram preparadas nos escritórios e salas de aula de cientistas e filósofos niilistas, entre os quais se contavam e contam alguns pensadores anglo-saxônicos laureados com o Prêmio Nobel. É que, se a vida humana não passa do insignificante produto acidental de umas moléculas de proteína, pouco importa que um psicopata seja eliminado como inútil e que ao psicopata se acrescentem mais uns quantos povos inferiores: tudo isto não é senão raciocínio lógico e conseqüente." (Sêde de Sentido, trad. Henrique Elfes, São Paulo, Quadrante, 1989, p. 45.)


Com declarações desse tipo, ele pegava pela goela os orgulhosos intelectuais denunciadores da barbárie e lhes devolvia seu discurso de acusação, desmascarando a futilidade suicida de teorias que não assumem a responsabilidade de suas conseqüências históricas. Pois o mal do mundo não vem só de baixo, das causas econômicas, políticas e militares que a aliança acadêmica do pedantismo com o simplismo consagrou como explicações de tudo. Vem de cima, vem do espírito humano que aceita ou rejeita o sentido da vida e assim determina, às vezes com trágica inconseqüencia, o destino das gerações futuras.


Frankl era judeu, como foram judeus alguns dos criadores daquelas doutrinas materialistas e desumanizantes que prepararam, involuntariamente, o caminho para Auschwitz e Treblinka. Se ele pôde ver o que eles não viram, foi porque permaneceu fiel à liberdade interior que é a velha mensagem do Sentido em busca do homem...





Fonte: por Olavo de Carvalho
http://oindividuo.com/convidado/olavo1.htm


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Desapegando-se da Raíva














Em seu crescimento, não tenha medo de despertar a raíva de outra pessoa. A raiva é apenas uma manifestação da insegurança dela. Mas temer essa raíva pode inibí-lo.



"A raiva está enraizada no julgamento. Queremos enquadrar os outros em algum padrão que, de alguma forma, fantasiamos, escolhemos e impomos. As pessoas podem nem mesmo ter consciência desses padrões, mas isso não importa para nós.

Frequentemente as pessoas ficam com raiva porque não correspondemos às suas expectativas. essas expectativas podem ser tão irreais, que nunca nos será possível satisfazê-las.

(...)

Traumas na infância produzidos pelas expectativas irracionais dos pais são curados com muita dificuldade. É preciso compreender que o pai (ou a mãe) estava errado ou obcecado por uma ilusão, e essa tomada de consciência não pode ser meramente racional. O coração e as entranhas deve absorvê-la também.

Com delicadeza, faça-se essas perguntas e, sem julgar nem criticar, observe os pensamentos, sentimentos e imagens que vêm em sua consciência.

Quais eram as exigências e expectativas irracionais de seus pais em relação à você? Será que eles queriam descobrir quem você era, ou só sabiam o que queriam que você fosse? Será que eles tentavam viver e realizar seus desejos através de você? Usavam você para impressionar os outros?

Se você sente muita preocupação com as opiniões alheias é sinal de que usaram você desta maneira. Volto a insistir: procure não se importar comq ue os outros pensam a seu respeito, se estiver fazendo o que lhe parece certo ou estiver exercendo sua vontade sem prejudicar ninguém. Livre-se dessa dependência.

A culpa é uma maneira de ter raíva de si, uma forma de voltar a raíva para dentro. De alguma maneira você não correspondeu às expectativas que idealizou dentro de si, uma forma de voltar a raíva para dentro. De algumamaneira você não correspondeu às expectativas que idealizou a respeito de si e desapontou-se com isso.

A raiva é uma defesa do ego, uma defesa contra o medo. Medo de sofrer humilhação, constrangimento, desvalorização, zombaria, medo de perder prestígio, medo da derrota. Medo de não conquistar seu próprio espaço.

Pensamos às vezes que a raiva nos protege contra os outros, contra aqueles que nos fariam mal, contra os que também sentem raíva de nós. Mas a raiva é uma emoção perniciosa e inútil. É sempre dissolvida pela compreensão e pelo amor. (...)

Quando uma emoção negativa é compreendida e descobrimos suas causas, a energia que está atrás da emoção diminui e até desaparece. Quando sentir raiva, a medida mais saudável é parar, respirar fundo algumas vezes, tentar descobrir o motivo da raiva, procurar resolver a situação e desapegar-se da raiva.

Todos estamos ligados. remamos no mesmo barco.

Existe frequentemente tristeza por baixo de nossa raiva, como se esta fosse um casaco que protegesse nossa vulnerabilidade e desespero . Você já reparou que pessoas apaixonadas são ao menos sujeitas a sentir raiva? Elas parecem estar em outro ritmo, do qual a raíva não faz parte. Nem a tristeza. O ritmo do amor pertence a uma espécie diferente, e as ervas daninhas da raiva do desespero não conseguem crescer por lá.

Quando estamos com raiva, provocamos danos químicos em nosso corpo, que afetam a parede de nosso estômago, nossa pressão sanguínea, os vasos sanguíneos do coração e da cabeça, nossas glândulas endócrinas, nosso sitema imunológico, e assim por diante. Mesmo assim, a despeito dessas consequências de ordem física e emocional , nos deixamos tomar pela raiva com muita frequência sem buscar dissolvê-la.

Além disso, a raiva não é um instrumento eficaz para resolver qualquer questão. Ela perturba a clareza do raciocínio, afeta a tomada de decisão, inviabiliza nossa argumentação e cria uma predisposição negativa no interlocutor.

Mas, apesar disso tudo, empreendemos poucos esforços para afastar a raiva. Somos uma espécie bastante teimosa.

(...)

A raiva deveria ser evitada e não encorajada pois ela provoca guerras e sofrimento. A raiva nos destrói, seja por meio de nossa química interna, seja por balas disparadas pelo inimigo.

A compreensão e o amor dissolvem a raiva.




Autoria: Brian Weiss
Livro: A Divina Sabedoria dos Mestres


Imagem: Internet

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Medo de Decepcionar



"O receio de decepcionar as outras pessoas pode tornar-se um empecilho em nossa vida. Este medo faz com que cobremos de nós mesmos uma perfeição impossível de ser alcançada. Porém, o que geralmente não pensamos é que, nossa primeira preocupação deveria ser em não decepcionar a nós mesmos. Quantas vezes acabamos não cumprindo os objetivos que nos havíamos imposto. Nesse caso, passamos por cima de nossos próprios sentimentos e deixamos de lado nossos sonhos, como se eles não tivessem importância.

Abrir mão de si e daquilo que deseja em função do marido, dos filhos, do namorado é uma postura bastante comum para muitas pessoas. Ao fazerem isso, desvalorizam-se e agem como se os sonhos e objetivos que cultivam valessem menos ou pudessem esperar para um dia, quem sabe, serem concretizados. Visto que o futuro é apenas uma hipótese e que somente o momento presente existe, devemos refletir seriamente sobre o hábito de protelar a conquista de nossos anseios mais profundos.

Muitas vezes a vida poderá não nos dar uma segunda chance. Essa não é, em absoluto, uma postura egoísta ou individualista diante da vida. Trata-se isso sim, de não nos anularmos em função seja de quem for, para que um dia não cobremos dos demais a não realização de nossos sonhos e nossa consequente frustração. Manter sempre presente em nossa mente quais as metas que desejamos alcançar ou o que necessitamos para sermos felizes, é uma forma eficaz de não abdicarmos de nossa vida para satisfação dos demais.

É importante encontrar o ponto de equilíbrio entre nossas necessidades e as daqueles com os quais convivemos, sem termos que sempre abrir mão ou fazer concessões quanto a nossas próprias escolhas. Não me lembro em que momento, percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência, isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar para pensar, nem pensar”! Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência.

Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada.

Eventualmente re-programada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso, apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer".



Autoria: Lia Luft
Texto enviado por: Aliene

Imagem: Internet


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"Ser Terapeuta" --- Amigos Evolutivos


- Dancing With All Mandala -



"Uma unidade de encontro, em psicoterapia, além do imago constituída das fantasias mútuas acerca do outro que preexistem ao encontro pessoal, inicia com o primeiro olhar, o ‘olá!’, estende-se no tempo-espaço do estar juntos num contexto interativo, de forma ativa e/ou receptiva, encerrando com o último olhar, o ‘até breve!’ ou ‘adeus!’. É sempre inusitada, quando estamos em boa saúde psíquica, no aqui-e-agora renovador e transtemporal. Aqui o outro jamais é mal-tratado como ‘paciente’ ou ‘cliente’. O encontro não é unilateral e, muitas menos, um negócio; é uma possibilidade palpitante e hesitante, uma delicada probabilidade. Não há seguro; não se pode forçar, economizar ou apressar o encontro. Podemos apenas estar disponíveis, abertos, à escuta. O outro, aqui, é considerado um sujeito na mutualidade, um elo na reciprocidade de uma amizade evolutiva, centrada no processo de cura e de individuação. O pacto é de acompanhamento, numa caminhada em direção a Si Mesmo. É enlaçar a mão do outro, simbolicamente, numa atitude de confiança e respeito que anuncia: Você não está sozinho; vá em direção a você mesmo e eu estarei ao seu lado. Oriente o seu coração para aprender, para conhecer-se e tornar-se o que é, e eu estarei ao seu lado.

Amigo evolutivo, amiga evolutiva, é como denomino as pessoas a quem acompanho, como psicoterapeuta, inspirado no Cosmodrama IV de Pierre Weill, que focaliza o tema das relações evolutivas. Cada unidade de encontro é um artesanato psíquico, uma viagem singular, uma totalidade dialógica única e intransferível. Somos hóspedes na Festa do Encontro, que nos ultrapassa e transmuta.

Necessitei muitos anos nesta jornada para dar-me conta de que cada amigo evolutivo que bate à minha porta é um pedacinho da minha própria alma que necessito escutar, compreender e integrar. Cada pessoa significativa na existência, incluindo-se os inimigos, são pedaços perdidos de nossas almas, à espera de uma escuta e de um reencontro integrador. Assim sendo, os encontros nos devolvem parcelas perdidas de nossa alma comum. Gradativamente, nesta aventura alquímica humana, a alma se amplia. Então, como diz o poeta Pessoa, tudo vale a pena, pois a alma não é pequena.

Nesta abordagem de respeito ao todo humano, o outro jamais é rotulado, amaldiçoado, reduzido a um rótulo patológico. A pessoa é mais vasta que os seus problemas e sintomas. Ninguém é doente; podemos estar doentes. A doença é passagem; é devir. Etmologicamente, a palavra inferno significa estar fechado. Como afirma o rabino Niton Bonder, o oposto da inveja, esta vivência infernal, é farguinen, um verbo da língua ídiche, que pode ser traduzido como abrir espaço. Quando abrimos espaço, o outro pode ser quem é, com seu brilho e a sua sombra. Um catecismo rígido, seja religioso ou psiquiátrico, com interpretações estreitas e reducionistas, pode ser um desastroso fator patogênico.

Enclausurar a pessoa nos limites de sua patologia, na estreiteza interpretativa de um rótulo, pode ser iatrogênico, pois a informação tem uma função estruturante. As informações recebidas na primeira infância, por exemplo, são decisivas na estruturação da personalidade, bem o sabemos. O que falamos para o outro tem força de modelagem, que pode aprisionar ou libertar, amaldiçoar ou abençoar"....

(...)

A psique irradia e contagia. Assim como nos contagiamos com o vírus de uma doença infecciosa. Assim como nos contagiamos com os vírus de uma doença infecciosa, igualmente estamos expostos ao contágio invisível dos ‘vírus psíquicos’, mentais e emocionais, no âmbito de nossa ecologia interior. Um terapeuta que atua conscientemente como analista e sintetista, precisa submeter-se a uma rigorosa e disciplinada higiene global, do corpo-psique-pneuma. Precisa aprender a nutrir-se por inteiro, para ser fonte de nutrição da inteireza dos que o procuram. Considero a meditação um nutriente imprescindível, juntamente com os demais cuidados já mencionados, prescritos pelos Terapeutas de Alexandria.



Autoria: Roberto Crema
Livro: Saúde e Plenitude
http://mulherzen.spaces.live.com/blog/cns!718B226FA43E41DC!277.entry?sa=922315229

Imagem:
www.janwestart.com/Mandalas.aspx


Obs.:

Os grifos, no texto, são meus.


domingo, 22 de novembro de 2009

Despertar




- Flower Lótus -


"Existe uma tremenda carência espiritual no nosso mundo. É uma fome que não está sendo satisfeita. Idealmente, a religião deveria ser o portal para nossa espiritualidade, mas muitas vezes isso não acontece. É preciso mais do que ir à Ingreja, rezar, cantar, pregar e dar dinheiro aos pobres para desenvolver a espiritualidade. É necessário ter uma compreensão
das verdades espirituais e colocá-las em ação em nossas vidas cotidianas. Infelizmente, às vezes as verdades ensinadas pela religião são distorcidas pela interpretação pessoal e o medo de Deus substitui o amor a Deus. Resta a cada um de nós separar a verdade do dogma, o joio do trigo.
As pessoas voltadas para a espiritualidade sempre pensam por conta própria, mas hoje em dia há pessoas demais esquecendo quem realmente são. Elas querem felicidade, amor e alegria, e buscam esses valores no mundo exterior.
Não percebem que, embora estejamos vivendo num mundo físico e tenhamos sensações físicas, existe algo mais real e poderoso que fica dentro de nós.

Não estamos aqui para sermos escravizados pelas regras de uma sociedade envolvida com os aspectos negativos e inferiores da personalidade terrena. temos que parar de viver uma vida baseada na culpa, preocupação e medo. Chegou a hora de (...) pensarmos em nós comos eres espirituais de luz e amor.

Você é e sempre será uma fagulha do amor. Nunca esqueça disso. (...) você viaja até este mundo para fazer o dever de casa. A vida na Terra é temporária. A chave para caminhar neste planeta é a consciência mais profunda da sua herança espiritual. Quando você vive cada dia no mundo tendo o espírito em mente, está vivendo uma vida verdadeira.

O corpo é apenas um repositório de ossos, tecidos e órgãos; sozinho, ele não tem vida própria. É a alma que dá ao seu corpo vida e expressão criativa. Quando a sua personalidade espiritual é fortalecida, você começa a experimentar a plenitude da vida.

Se queremos aprender com os exemplos do mundo espiritual, precisamos começar a assumir a responsabilidade por cada aspecto das nossas vidas. Somos os unicos capazes de mudar nossa maneira de pensar e agir. Quando tomamos decisões que são positivas e contribuem para o nosso crescimento, mesmo quando essas decisões parecem difíceis, nos tornamos participantes ativos de nossas vidas. Então, a vida não vai simplesmente acontecer conosco. Para despertar e reconectar-se com a essência espiritual, precisamos exercitar os músculos espirituais, e a maneira mais eficiente é através da meditação".




Autoria: James Van Praagh
Livro: Em Busca da Espiritualidade

Imagem: Internet



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Celebrar Verdadeiramente O Valor



Celebrando o Imenso Valor, da Beleza impressa em meu Ser,
pela Presença Marcante de:

Meu Pai, meus Familiares e
todas Pessoas muito Queridas,
que fazem parte da dimensão espiritual
.


Meu Profundo Amor e Gratidão.


Adelia Ester M. Zimeo



"A perda é central à nossa condição. Se vivermos muito tempo, perdemos todos de quem gostamos. Se não vivermos muito tempo, eles nos perderão. Com afirma Rilke: 'Vivemos, portanto, eternamente dizendo adeus'. O 'adeus' é para as pessoas, para os estados de existência, para o momento da separação. (...) A palavra alemã para a perda Verlust, sugere 'indo através do desejo' para a experiência, depois a ausência do seu objeto. Além do desejo sempre está a perda.


Há dois mil e quinhentos anos Gautama tornou-se o Buda ('aquele que vê através'). O que ele viu é que a vida é a permanente experiência do sofrimento. Esse sofrimento é basicamente ocasionado pelo desejo de controle do ego -- de controlar o ambiente, de controlar os outros, de controlar até mesmo a mortalidade. Como somos incapazes de controlar a vida com êxito, nosso sofrimento é diretamente proporcional às nossas perdas. O único caminho para atravessarmos e irmos além desse sofrimento, de acordo com Buda, é a renúncia do desejo de controlar, é entregar-se, a companhar a sabedoria implícita na qualidade transitória da natureza. Essa liberação é a cura adequada da neurose, porque então não ficamos separados da natureza, até de nós mesmos, que somos parte da natureza.


Essa renúncia não nos torna escravos da perda, e sim partipantes do ato da entrega. É somente nos entregando que podemos atrair a paz e a serenidade. No entanto, como todos sabemos, o primeiro oficial do ego é o capitão Segurança, competentemente apoiado pelo Sargento Controle. Quem entre nós 'viu através' como o Buda e extinguiu o desejo, transcendeu o ego e afirmou de coração a idéia 'seja feita a Tua vontade, e não a minha?'. Tennyson disse que é melhor ter amado e perdido do que simplesmente não ter amado. (...)


Apesar do sábio conselho do Buda, parece fazer parte da nossa natureza ansiar pelo apego, por um lar. Em algum lugar, na colisão entre o coração, que anseia pela permanência e ligação, e o cérebro, que reconhece a separação e a perda, existe um lugar para que encontremos nossa psicologia pessoal. Nenhum de nós provavelmente irá alcançar o budato, mas tampouco não precisamos ser eternas vítimas.


Fundamental para a expansão da consciência é o reconhecimento de que a constância da vida é sua impermanência. Com efeito, a transitoriedade é a expressão da própria força vital. (...)
A palavra que temos para o imutável é morte. O abraço da vida, portanto, requer o abraço da energia que se alimente de si mesma e é consumida.
Deixar de mudar é contrário à força vital, é a morte.

(...)

A experiência da perda só pode ser aguda quando algo de valor esteve em nossa vida. Se não existe a experiência da perda, não houve nada de valor. Para sofrer a dor, nos é exigido que reconheçamos o valor que nos foi conferido.

(...)

Quando perdemos um ente querido, precisamos chorar essa perda e, no entanto, conscientemente valorizar o que internalizamos dessa pessoa. (...) A energia investida naquele papel está agora disponível para uma direção diferente. Assim, honramos mais aqueles que perdemos tornando consciente a contribuição deles para nossa vida, vivendo deliberadamente com esse valor e incorporando esse valor no empreendimento contínuo da vida. Essa é a conversão adequada da perda inevitável nessa vida evanescente. Essa conversão não é uma negação, e sim uma transformação. Nada que é internalizado jamais é perdido.
Mesmo na perda, então, algo elevado permanece.

(...)

Quando Emma, a mulher de Jung, morreu ele sofreu de uma depressão reativa. Durante meses, ele ficou consternado e desorientado. Então uma noite ele sonhou que havia entrado em um teatro em que estava sozinho. Ele desceu para a primeira fila e esperou. O fosso da orquestra assomava como um abismo diante dele. Quandoa cortina se abriu, ele viu Emma ali, vestida de branco, sorrindo para ele, e ele soube que o silêncio havia sido rompido. Eles estavam juntos, estivessesm eles juntos ou separados.


Ao planejar meu primeiro retorno ao Jung Institute em Zurique, depois de exercer minha profissão durante três anos nos Estados Unidos, eu estava ansioso para rever muitos dos meus antigos amigos, especialmente o Dr. Adolph Ammann, que fora meu analista supervisor. Pouco antes de voltar soube que ele havia morrido, e chorei a dor e a desconexão. Depois às tres horas da manhã do dia 4 de novembro de 1985, eu 'acordei' e vi o Dr. Ammann no meu quarto. Ele estava sorrindo, curvou-se à maneira educada habitual, e disse: 'É bom ver você de novo'. Três coisas me passaram pela cabeça: 'isso não é um sonho -- ele está realmente aqui'; depois, 'Certamente tem de ser um sonho'; e depois 'Isso é como o sonho que Jung teve com Emma. Eu não o perdi, pois ele ainda está qui comigo'. Assim, a experiência terminou com uma profunda sensação de paz e aceitação. Eu não havia perdido meu amigo-mentor porque ele ainda estava dentro de mim, mesmo enquanto escrevo estas palavras.


Talvez nada que um dia foi real, que um dia que já foi importante, que jamais teve gravidade, seja realmente perdido. Somente no abandono da fantasia do controle podemos realmente chorar a perda, verdadeiramente celebrar o valor'."




Autoria: (*) James Hollis
Livro: Os Pantanais da Alma


Imagem: Carol's hands
Susan Kullmann and Marevelle Thompson (2005)




(*) James Hollis, PH.D., é pós-graduado pelo Jung Institute em Zurique.
Ele exerce a profissõa na Filadelfia e em Linwood, N.J., onde mora.




terça-feira, 17 de novembro de 2009

Meditação --- Libertação do Ser


- Meditation Lotus -



A meditação é simplesmente um artifício para torná-lo consciente do seu verdadeiro eu -
que não é criado por si, que não precisa ser criado por si,
porque você já é.

Você nasceu com ele.
Você é ele!
Ele precisa ser descoberto.

Se isso não é possível, ou se a sociedade não permite que isso aconteça - e nenhuma sociedade permite que aconteça, porque o eu verdadeiro é perigoso: perigoso para a igreja estabelecida, perigoso para o estado, perigoso para a multidão, perigoso para a tradição, porque quando um homem conhece o seu eu verdadeiro, ele torna-se um indivíduo.

Ele não faz mais parte da psicologia das massas; ele não será supersticioso, e não poderá ser explorado e guiado como gado, ele não poderá ser ordenado e comandado.

Ele viverá de acordo com a sua luz; ele viverá da sua própria interioridade.

A sua vida terá uma extraordinária beleza, integridade.
Mas é este o medo da sociedade.
Pessoas integradas tornam-se indivíduos e a sociedade não quer que vocês sejam indivíduos.
Em vez de individualidade, a sociedade ensina-lhe a ser uma personalidade. A palavra "personalidade" tem que ser entendida. Vem da raiz persona - persona significa "máscara".

A sociedade dá-lhe uma idéia falsa de quem você é; dá-lhe apenas um brinquedo, e você permanece agarrado ao brinquedo toda a sua vida.

No meu modo de ver, quase todos estão no lugar errado.
A pessoa que teria sido um médico tremendamente feliz é um pintor, e a pessoa que teria sido um pintor tremendamente feliz é um médico.

Ninguém parece estar no lugar certo; é por isso que toda esta sociedade está em tamanha confusão. A pessoa é dirigida por outros; não é dirigida pela sua própria intuição.

A meditação ajuda-o a desenvolver a sua própria faculdade intuitiva.
Torna-se muito claro o que é que vai satisfazê-lo, o que é que vai ajudá-lo a florescer.

E seja o que seja, vai ser diferente para cada indivíduo -
isto é o que significa a palavra "indivíduo": cada um é único.

E buscar e tentar encontrar a sua singularidade é uma grande emoção,
uma grande aventura.




Autoria: Osho
Livro: Meditação - A primeira e última liberdade - Ed. Shanti
http://www.vivendonamatrix.com/eu.html

Imagem:
www.goodkarmaflags.com/index.php?cPath=21


sábado, 14 de novembro de 2009

Nossa Família Psíquica --- "Á Procura de Nossa Turma"



"Era uma vez uma pata muito mansa que chocava os seus ovos lá para os lados do rio, quase na época da colheita. Num belo dia, como era de se esperar, os ovinhos começaram a se quebrar, e um a um dos filhores foram saindo da casca.
- Eles não são lindos? - gabou-se a mãe pata para uma amiga que a visitava, apesar de um dos ovos ainda estar inteiro.

A amiga, observando este ovo, disse:
- Esse ovo é de peru. Deixe-o de lado, pois perus não podem nadar, você sabia?
Ela sabia, porque já havia tentado uma vez, mas a mãe pata quis insistir:
- Não estou preocupada com isso, mas você sabia que o pato pai destes filhotes sequer
veio aqui me ver?
Afinal, o ovo grande começou a se mexer e um filhotinho, que nada tinha a ver com um filhote de pato, saiu da casca.

A mãe pata contemplou o pequenino e concluiu:
- É, ele é mesmo diferente e feio. Deve ser um filhote de peru.
Depois, mais reflexiva ainda, concluiu:
- É, mas olhando do ângulo certo ele é até bonitinho, e como é um dos meus,
vai ser cuidado como os outros.

E assim, ela o apresentou para as outras criaturas que o criticavam e debochavam dele.
A pata rainha, ao olhar o filhotinho, chamou-o de patinho feio e, juntamente com os outros,
fazia de tudo para importunar o animal.

No princípio, a mãe pata o defendia, mas, com o tempo, até ela desistiu de defendê-lo.
Num certo dia, exasperada, exclamou:
- Como eu queria que você fosse embora! Triste e sentindo-se só, o patinho feio fugiu para o pântano, enfrentou tiros de caçadores e acabou por pousar próximo a um casebre. Ali vivia uma velha esfarrapada, com seu gato desgrenhado e sua galinha vesga. O gato fazia jus a morar com a velha por apanhar camundongos e a galinha por botar ovos.

Contemplando o patinho feio, a velha julgou-se estar com sorte por tê-lo encontrado.
- Talvez seja uma pata para botar ovos e, se não for, podemos comê-lo - pensou.
- Para que você serve se não coloca ovos e não sabe caçar camundongos? - perguntou a velha, intrigada, ao patinho feio.
- O que eu mais gosto de fazer é de ficar debaixo da imensidão do céu ou do frescor azul da água - respondeu prontamente o pato, mas o gato não via nenhum sentido em ficar de baixo d’água e o criticou.

A galinha não via vantagem em ficar com as penas molhadas e também o criticou. Aos poucos, o pato percebeu que ali também não teria paz. Numa noite, saiu do casebre e, caminhando sem rumo, encontrou um laguinho. Dia após dia, o laguinho ficava cada vez mais gelado até que, por fim, congelou-se.

Recolhido, o patinho apreciava o céu quando, repentinamente, um bando de aves sobrevoou o laguinho e, vendo o pato, deram gritos de cumprimento. Admirado, o patinho deu um grito como jamais tinha feito antes. Entretando, aos poucos as aves foram se distanciando. E o patinho ficou com uma marca estranha em seus sentimentos. No escuro e no frio, ficou recordando o alvoroço de tais aves, que o trataram como se fosse alguém importante.

Finalmente, a neve começou a cair e o patinho tinha que nadar constantemente para manter a sua asa sem congelar. Nadava em círculos até se cansar.

Um dia, entretanto, se sentiu preso no gelo e percebeu que iria morrer. Dois patos enormes e fortes, vendo-o congelar, se aproximaram, dando esperança ao patinho feio. Mas, ao contrário do que imaginava, escutou apenas deboches e foi abandonado.

Felizmente um lavrador passou por ali e o salvou. Em casa, seus filhos quiseram brincar com o patinho que, desastrado, caiu dentro de uma jarra de leite e, depois, de um pote de farinha. As crianças riam sem parar, mas a dona da casa expulsou o pato a vassouradas.

O inverso inteiro foi de casa em casa até que o verão se aproximou. Num dia ensolarado, o patinho resolveu dar uma nadada. Sentiu-se muito forte e percebeu que suas asas estavam diferentes – grandes e fortes. Seguro, alçou vôo como nunca tinha feito antes. Lá do alto do céu, avistou um bando de cisnes brancos e belos.

Receoso, pensou:
- Será que eles vão gostar de mim? E se fingirem que gostam de mim e, depois, me abandonarem? Mas, assim que os cisnes o viram, começaram a se aproximar dele. Desolado, ele abaixou a cabeça, esperando os safanões que iria receber, mas vislumbrando-se n’água viu-se belo e forte, como um cisne real.

Percebeu, surpreso, que fazia parte daquele grupo e que seu ovo por engano havia sido chocado por uma pata. Todas as crianças e animais perceberam o novo cisne e saudaram-no felizes."

Muitas vezes, as pessoas sentem que estão no lugar errado, com as pessoas erradas ou um parceiro errado. Outras não têm consciência de que estão no ambiente errado, mas o grupo as percebe como pessoas de fora.




A mensagem básica embutida na narração sobre o patinho feio é de que é necessário que o indivíduo aprenda a perder menos tempo com pessoas que não o querem bem e com atividades que não são prazerosas e que passe a se dedicar a pessoas e atividades em que se sinta valorizado. Mas é necessário que ele tenha consciência de que, apesar de muitas vezes estar em um grupo ou ambiente com o qual não se identifica, tolerar tal situação pode servir para alcançar outros estágios. É necessário, como o patinho feio fez no conto,
aguentar até encontrar a turma certa.

Os personagens da narração e os acontecimentos nela descritos possuem inúmeros significados.

Em geral, nos contos e mitos, quando o personagem principal é um animal com qualidades intrínsecas humanas, ele representa a natureza selvagem do homem.

No conto, o patinho representa esta natureza e está em busca de um território propício para se expressar. Em termos de ambiente de trabalho, por exemplo, buscar o melhor território para expressar talentos e criatividade é a meta de muitos, mas não de todos.

Há aqueles que buscam apenas estabilidade financeira e que são felizes assim. Mas para aqueles que só o financeiro não é suficiente, é necessário resistir, muitas vezes com elegância, os desafios que aparecem. E o patinho feio é excelente referencial disso...

A verdadeira família psíquica (profissional, sexual, afetiva etc) de um indivíduo é fonte de vitalidade e, para muitos, dá a sensação de pertencer ao todo. Atingir esse estágio, entretanto, exige esforço, disciplina e determinação.


A história do patinho feio traz algumas imagens simbólicas que marcam e delimitam esta jornada:

A rejeição da criatura diferente

O patinho feio foi numerosas vezes avaliado por outros animais e considerado feio. Na realidade, ele não era feio, só não combinava com os outros.

Como ele, muitos indivíduos se sentem rejeitados quando passam a pertencer a um determinado grupo, seja familiar, profissional ou de amigos. O que mais dói nestes indivíduos não é a consciência de serem diferentes, mas o fato de serem maltratados por serem considerados diferentes. Sentem-se, e com razão, injustamente maltratados.

Para o indivíduo que se encontra neste estágio, o conflito básico é: "Como posso relevar as minhas questões íntimas e pessoais com as questões externas e sociais?"


Ser mãe de si mesmo

No conto, o patinho feio era defendido por sua mãe, que o protegia e o alimentava. Mas, pouco a pouco, esta proteção foi diminuindo, até que um dia a própria mãe o rejeitou. O aprendizado nessa parte da história é que é necessário que o indivíduo consiga se tornar independente da sua mãe exterior, que pode ser uma chefia, uma empresa ou uma família e que faz papel de guardiã. À medida que o indivíduo avança na vida, entretanto, deve aprender a aquecer-se sozinho, a alimentar-se sozinho e a ser seu próprio guia.


Permanecer no lugar errado

Estar no ambiente errado e com pessoas erradas não é problema. É aprendizado e provação que avaliará a capacidade do indivíduo de saber negociar, ponderar e esperar para avançar. As tribos existentes são numerosas e há lugar para todo tipo de gente. Entretanto, permanecer numa tribo que exige do indivíduo que ele sacrifique a sua alma é estar criando para si uma vida doente. Seja no ambiente de trabalho, na família ou entre amigos, é necessário que o indivíduo saiba que ele não é obrigado a escolher entre responder à sua alma e obedecer a tribo em questão. Ele deve, sempre, responder à sua alma. A questão, portanto, não é querer quebrar as regras ou impor as próprias, mas sim avaliar quais são as regras, proibições e metas aceitáveis.

O aprendizado aqui é:
Deve-se levantar e sair à procura do lugar a que se pertence.


Estar atento às más companhias

Apesar do patinho ainda ser um filhote, a sua capacidade de vagar para encontrar o que almejava estava sempre forte e atuante. Mas, por algumas vezes, o patinho repetiu o erro de bater em portas erradas. Também confiou em pessoas erradas. Como ele, as pessoas podem desenvolver a síndrome do patinho feio e estar, constantemente, em situações em que são maltratadas, pouco valorizadas ou desprezadas.

O aprendizado neste ponto da história é:
Não há portas erradas, mas há portas que fazem com que o indivíduo se sinta proscrito. Estas são as erradas: as mal escolhidas.


A aparência indevida

À medida que a história avança, é possível perceber que o patinho feio foi tomando consciência de que não tinha a imagem certa para determinados grupos. No início, insistiu em querer agradar, mas acabou ficando com a fama de desajeitado, de um atrapalhado que não consegue fazer nada certo. E quanto mais ele insistia, mais as coisas davam errado.
Quantos indivíduos que, como o pato, não passaram por situações profissionais ou afetivas em que todas as atitudes feitas com objetivo de melhorar acabaram estragando mais ainda a situação? Como o patinho, estes indivíduos se esforçam constantemente para serem aceitos e serem bons o suficiente. Ledo engano.
A questão não é agradar, mas se identificar. Quando há uma identificação, a aceitação é natural. Nesse caso, cada um se sente componente do mesmo todo e valoriza o outro por isso.


Permitir-se congelar

Num determinado momento da narração, o patinho feio quase morreu no lago congelado. Como ele, inúmeras pessoas deixam-se congelar. Mas, como no conto, é necessário descongelar a alma, não desistir, pois o gelo paralisa a criatividade, apaga seu fogo. As situações que ajudam um indivíduo a se congelar são várias: comentários maldosos, inveja alheia, falta de oportunidade para se expressar, pouca valorização.
Cabe ao indivíduo fazer como o patinho: nadar em círculos por algum tempo para não deixar água e a suas asas congelarem, mesmo que todo o lago esteja cristalizado. "





Fonte:
http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=3288&print=1

Imagem:
www.livrosecultura.com.br/product_info.php?pr...

"Nossa Família Espiritual"





Às vezes nossa família biológica não é a nossa verdadeira família. Nossos pais ou nossos parentes podem não nos compreender. Podem mesmo não manisfestar amor e carinho por nós. Podem rejeitar-nos e maltratar-nos cruelmente. Não somos obrigados a suportar o maltrato ou o desrespeito. Não há débitos a serem saldados que justifiquem os maltartos de ninguém. Merecemos ser amados e respeitados.

À medida que crescemos, podemos nos ver cercados de amigos e de pessoas que tenham por nós um carinho genuíno, que nos propiciem a segurança que vem da certeza de sermos amados e tratados com dignidade e respeito. Esses amigos e entes queridos se transformam na nossa verdadeira família. Eles também podem compartilhar conosco dos mesmos valores espirituais e nós podemos ajudá-los a evoluir positivamente. Essas pessoas serão nossa família espiritual. Se formos rejeitados por nossa família biológica, a família espiritual nos acolherá, cuidará de nós e se tornará a família que realmente importa.

Há um velho ditado inglês que diz que o sangue é mais espesso do que a água. Isto significa que, em tempos difíceis, nossos amigos e conhecidos podem se afastar, mas que poderemos sempre contar com aqueles que t~em o nosso sangue para apoiar-nos.

O sangue é de fato mais espesso do que a água, mas o espírito é mais espesso deo que o sangue. Poderemos sempre confiar em nossa família espiritual para estar ao nosso lado.

Não estou dizendo para abandonarmos nossa família de origem ou deixarmos de manter com ela uma relação amorosa e solidária. Mas insisto na importância de ficarmos atentos para não sofrer violência ou desrespeito físicoe emocional. É inadmissível pensarmos que o desrespeito possa ser tolerado porque vem de alguém da família, da comunidade ou do grupo religioso.

Ame a si tanto quanto ama os outros. Merecemos ser amados, apoiados, respeitados. Se a família biológica nos trata assim, é ótimo. Se não, e se os nossos esforços para alertála e fazê-la mudar de atitude falharem, devemos abandoná-la e procurar outra família, nossa família espiritual.





Autoria: Brian Weiss
Livro: A Divina sabedoria dos Mestres

Imagem: Internet


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma Oração

- Presença Eu Sou -



Recuse-se a cair.

Se não puder se recusar a cair, recuse-se a ficar no chão.

Se não puder se recusar a ficar no chão,
eleve o coração aos céus e, como um mendigo faminto,
peça que o encham, e ele será cheio.

Podem empurrá-lo para baixo.

Podem impedi-lo de se levantar.

Mas ninguém pode impedi-lo de elevar seu coração aos céus
- só você.

É no meio da aflição que tantas coisas ficam claras.

Quem diz que nada de bom resultou disso ainda não está escutando.





Autoria: Clarissa P. Estés



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Queda do Muro de Berlim, Símbolo de Um Mundo Dividido, Completa 20 anos


Turistas observam uma cenografia do Muro de Berlim; 20 anos após a queda da "cortina de ferro" a Alemanha está unificada, mas as marcas da divisão permanecem, com o alto desemprego no lado oriental.


"O mundo celebra nesta segunda-feira (9) os 20 anos da queda do Muro de Berlim, uma barreira de concreto com um pouco mais de 155 km de extensão que separou a cidade por quase três décadas e virou o símbolo da Guerra Fria que dividiu o mundo entre comunistas e capitalistas na segunda metade do século passado.

Na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, Berlim foi dividida ao meio por ordem das autoridades da República Democrática da Alemanha (RDA, Alemanha Oriental), que mandaram instalar uma cerca com arames para partir fisicamente a cidade.

De 9 para 10 de novembro de 1989, os habitantes da Berlim Ocidental e os da Berlim Oriental foram surpreendidos pela queda do muro, depois de meses de protestos e da reforma política ("perestroika") promovida pelo então líder soviético, Mikhail Gorbachov. O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, estava em Varsóvia (Polônia) em visita oficial e só voltou a Berlim no dia seguinte.

O muro, classificado como "da vergonha" pelo Ocidente capitalista e como "muralha de proteção contra o antifascismo" pelo leste comunista, permaneceu de pé por 28 anos, dois meses e 27 dias.

Em sua construção, decidida na reunião do Pacto de Varsóvia (Moscou, junho de 1961) por iniciativa da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), trabalharam cerca de 40 mil soldados e policiais da RDA.

O muro cruzava Berlim e rodeava a parte ocidental, transformando-a em uma "ilha". E sua origem está na divisão da Alemanha, decidida pelas potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial (Estados Unidos, Reino Unido, França e URSS) e que, em 1949, acabou gerando dois países: a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a RDA.


Polícia matou 276 pessoas que tentaram cruzar o muro

Por causa do muro, Berlim tornou-se símbolo da Europa repartida em dois blocos após a explosão da Guerra Fria, travada por Estados Unidos e seus aliados ocidentais, de um lado, e pela URSS e os países sob sua influência ao leste da Áustria, do outro.

Segundo a Promotoria de Berlim, pelo menos 276 pessoas morreram e mais de 3.000 foram presas tentando fugir do comunismo do lado leste. A primeira vítima foi Günter Litfin, que tinha 24 anos quando perdeu a vida, em 24 de agosto de 1961. A última foi Chris Gueffroy, morto a tiros em 5 de fevereiro de 1989, aos 20 anos.

Depois da queda, o debate passou a ser sobre a reunificação. Os gritos de
'Somos o povo', com o qual os berlinenses se manifestavam a favor da queda do muro 1989, foram trocados pelos de 'Somos um povo'.

Duas décadas depois da abertura do Muro de Berlim, a Alemanha ocupa um novo lugar no cenário internacional e não hesita em dizer não a seus parceiros para defender seus interesses, afirma Jackson Janes, do Instituto Americano de Estudos Contemporâneos sobre a Alemanha.

- Até 1989, entre os Estados Unidos e a URSS, a Alemanha era uma questão de política externa, e hoje ela se tornou um ator.

Os alemães defendem os interesses nacionais. Até a reunificação, "ser europeu era o único nacionalismo permitido na Alemanha", lembra Ulrike Guérot, do Conselho Europeu para as Relações Exteriores.

Liberada dos constrangimentos da divisão em dois Estados pertencentes a dois blocos,
ela teve de enfrentar escolhas novas e aprendeu a dizer não, explica Janes".




Fonte:
http://noticias.r7.com/internacional/noticias/queda-do-muro-de-berlim-simbolo-de-um-mundo-dividido-completa-20-anos-20091109.html


Obs.:
Os grifos, no texto, são meus.


"Arte e Criatividade em Tempos de Intolerância"



A borboleta era o símbolo de resistência no campo de concentração. O sol e as
flores estavam presentes nos desenhos



"A criança e sua arte em tempos de intolerância foi o tema da palestra de Silvia Lerner, do programa de Estudos Judaicos da UFRJ, para os alunos do Curso de Especialização em Educação Infantil: Perspectivas de Trabalho em Creches e Pré-Escolas. Silvia falou sobre as crianças de um campo de concentração nazista em Terezin, na Alemanha, a 60 quilômetros da capital da Tchecoslováquia, Praga, que encontraram na arte uma forma de aliviar a dura realidade. O campo abrigou judeus austríacos, alemães e tchecos e grande parte deles seguia depois para Auschwitz.


O campo era na verdade um grande pavilhão e passou por um processo de embelezamento e reforma para servir de referência para que membros da Cruz Vermelha Internacional inspecionassem e conhecessem os campos de concentração de judeus. Das quinze mil crianças que passaram por lá, apenas 73 sobreviveram. Elas eram levadas para pavilhões separados das famílias e divididas por sexo e idade.


O lugar era tido como um centro de rica vida cultural, uma forma que os prisioneiros encontraram de sobreviver e de resgatar a dignidade. A artista Friedl Dicker-Brandeis desenvolveu oficinas de desenho, colagem, e de tecidos para as crianças, que estimulavam noções de luz, cor e criatividade. Cada trabalho deveria ter o nome e a data em que a criança chegou a Terezin. Friedl conseguiu guardar os desenhos em duas grandes malas, que só foram expostas mais de uma década após o fim do Holocausto.


Entre os desenhos, muitos retratavam flores, crianças brincando, festividades judaicas e borboletas, que eram o símbolo de resistência nesse campo. Silvia destacou que, mesmo com fome e frio constantes, as crianças produziam desenhos muito coloridos, quase sempre com sol e uma casa, em referência ao lar que perderam.


Mas alguns desenhos retratavam as impressões das crianças no campo de concentração. Entre eles, Silvia destacou desenhos de ruas tristes e escuras dos pavilhões, crianças com pratos vazios esperando pela comida, pessoas procurando piolhos nas outras, e um que mostra uma princesa assustada com um monstro, o que ela entende como uma metáfora da situação que a criança estava vivendo.


Como no gueto também havia muitos intelectuais judeus, funcionava uma espécie de escola ilegal, que era desmontada assim que se percebia a aproximação de um oficial nazista, fato que também foi retratado em desenhos. Também eram apresentados teatros e números musicais. A opereta infantil Brundibar foi composta por um tcheco por ocasião de uma visita da Cruz Vermelha e conta a história de dois irmãos que precisam comprar leite para a mãe doente, mas Brundibar, uma figura maléfica, dificulta o trabalho das crianças. A Cruz Vermelha ficou impressionada com o espetáculo, que foi apresentado 55 vezes
até o fim do campo de concentração.

Uma sobrevivente de Terezin relatou que, quando cantavam, eles esqueciam da fome.

Feitos nos pavilhões dos meninos, jornais, revistas e outras publicações rodavam o campo de Terezin, muitas vezes com um só exemplar. Muitos dos jornais tiveram diversas edições e continham desenhos, jogos e poesias e notícias dos amigos. Os prisioneiros também fizeram baralhos, dominó e até uma versão do jogo Banco Imobiliário,
em que as avenidas eram ruas do pavilhão.


Silvia mostrou o desenho de duas borboletas: uma, com a estrela de Davi, começava a voar, e a outra, com o símbolo da suástica, finalizava seu voo, e terminou dizendo que a borboleta voou para fora dos guetos e ultrapassou os muros da intolerância".


Por: Renata Bulhões
Jornal da BUC : 09/11/2009 - Edição: 222




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"ALMAS AFINS"


















"Em que língua falam as almas afins?
Que sons ouve em suas vozes de silêncio?
Não falam por palavras.
Almas afins se entendem pelos sentidos,
pela percepção do não dito.
Há um fio tênue e profundo que liga suas emoções,
são registros codificados no abstrato
e decodificados na concretude dos sentimentos.
É cordão umbilical sem cortes.
É árvore florescendo sem poda.
Um inequívoco encontro de raios, que embora distantes,
refletem fragmentos em todas as direções.
Independe da presença,
é força cósmica.
É elo imaginário que a tudo percebe na ausência.
Não é preciso muito para se entender as várias nuances
das almas compatíveis e entrelaçadas.
São metais da mesma têmpera,
aço da mesma forja,
água do mesmo poço,
vinho da mesma safra.
Almas afins apenas se reconhecem.
Quem há de compreender suas poucas palavras?
Quem há de perceber tal transcendência?
Quem poderá entender seus antagonismos e aforismos?
Quem ama assim de igual grandiosidade...
Sendo esta, a excelência de sua natureza."



Márcia Zenkye
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terça-feira, 3 de novembro de 2009

CLAUDE LÉVI-STRAUSS (1908 - 2009)



O etnólogo e antropólogo estruturalista belga Claude Lévi-Strauss morreu na noite de sábado para domingo (1º) aos 100 anos, de acordo com um porta-voz da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais de Paris, na França. As informações são do jornal francês "Le Monde".


Nascido em Bruxelas, na Bélgica, Lévi-Strauss foi um dos grandes pensadores do século 20. Ele, que completaria 101 anos em 28 de novembro, tornou-se conhecido na França, onde seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da antropologia. Filho de um artista e membro de uma família judia francesa intelectual, estudou na Universidade de Paris.

De início, cursou leis e filosofia, mas descobriu na etnologia sua verdadeira paixão. No Brasil, lecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central. É o registro dessas viagens, publicado no livro "Tristes Trópicos" (1955) que lhe trará a fama. Nessa obra ele conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.

Exilado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi professor nesse país nos anos 1950. Na França, continuou sua carreira acadêmica, fazendo parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.

O estudioso jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como privilegiada e única. Sempre enfatizou que a mente selvagem é igual à civilizada. Sua crença de que as características humanas são as mesmas em toda parte surgiu nas incontáveis viagens que fez ao Brasil e nas visitas a tribos de indígenas das Américas do Sul e do Norte.

O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".

Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas linguísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar, produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do cérebro. Escreveu, em "O Pensamento Selvagem", que a língua é uma razão que tem suas razões - e estas são desconhecidas pelo ser humano.

Lévi-Strauss não via o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta.

Membro da Academia de Ciências Francesa (1973), integrou também muitas academias científicas, em especial européias e norte-americanas. Também é doutor honoris causa das universidades de Bruxelas, Oxford, Chicago, Stirling, Upsala, Montréal, México, Québec, Zaïre, Visva Bharati, Yale, Harvard, Johns Hopkins e Columbia, entre outras.

Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17o Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha. Declarou na ocasião: "Fico emocionado porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".




Fonte:
Uol Notícias - São Paulo

Imagem:
portal.unesco.org/culture/en/ev.php-URL_ID=37...


Obs.:

Os grifos, no texto, são meus.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

À ESCUTA DO MESTRE INTERIOR


- Jean-Yves Leloup -


"Não há outro Mestre além da Vida, da Vida com letra Grande,
mas essa Vida, Una, Inefável e Incriada pode,
em consequência da sua bondade e em nosso nome,
manifestar-se de formas que sejam para nós acessíveis:
mestres exteriores e visíveis de que nos falam todas as grandes tradições espirituais da humanidade, e também mestres invisíveis, anjos, espíritos, arquétipos que nos iluminam e nos guiam do nosso interior - intermediários discretos e sagrados do «Claro Silêncio».


Tanto os mestres visíveis, como os invisíveis têm por função despertar em nós o «Mestre Interior», essa qualidade de Escuta e de Atenção que nos mantém incessantemente em contato e no movimento em direção ao «Único Mestre»."


Autoria: (*) Jean-Yves Leloup

Imagem: Internet




(*) Jean Yves Leloup : Doutor em Psicologia, Filosofia e Teologia é conferecista reconhecido
internacionalmente, presidente da Universidade Holística Internacional de Paris,
membro da Organização das Tradições Unidas, ensina na Europa e Estados Unidos,
e é orientador do Colégio Internacional de Terapeutas-CIT.

domingo, 1 de novembro de 2009

CONSCIÊNCIA

- Matcha Tea -



"Viva no presente, nem no passado, nem no futuro. O passado já se foi, aprenda com ele e desapegue-se dele. O futuro ainda não está aqui. Faça planos para vivê-lo, mas não se preocupe a respeito. A preocupação gasta intuilmente seu tempo e sua energia.

Vou repetir uma história que já contei antes, mas que talvez mereça uma reflexão diária na nossa luta contra a correria e a dispersão: Tich Nhat Hanh, um monge budista vietnamita, ensina como se deve apreciar uma boa xícara de chá. Sentir o calor da xícara, apreciar o colorido da infusão, aspirar seu perfume, degustar lentamente cada gole. Se voc~e fica remoendo eventos passados, ou preocupando-se com os futuros, de repente vai se dar conta de que
bebeu todo o chá sem perceber.
A vida é como uma xícara de chá.

'... Quando você não vivencia o presente, porque fica absorvido pelo passado ou preocupado com o futuro, você traz grande dor para o seu coração e sofrimento para sua vida.'

Muitas pessoas vêm ao meu consultório em busca de terapia. Elas podem estar procurando ajuda para determinado sintoma ou problema de relacionamento. Mas podem também estar apenas desejando mais alegria em suas vidas, mais satisfação, mais compreensão.
Esses são objetivos realmente valiosos.
Por isso é preciso tomar cuidado com o preconceito relativo à terapia, porque ele pode impedir-nos de procurar a ajuda de que necessitamos. Muitos daqueles que criticam quem busca uma terapia são os que mais precisam dela, mas não estão conscientes o bastante
para compreender isso."




Autoria: Brian Weiss
Livro: A Divina sabedoria dos Mestres

Imagem:
www.teafoodhistory.com/programs.html