terça-feira, 27 de outubro de 2009

PRECOGNIÇÃO IV --- PREVENDO A "PARTIDA"





(*) Costiera Amalfitana - Itália


Esta, dentre tantas outras situações de morte vivenciadas por mim, mudou muito minha concepção de Vida e da realidade do Espírito.

Aprendi a sentir o quão estreitos e poderosos são os laços de amor, o quanto estamos interligados uns aos outros, como se dá a passagem de informações internas sem que necessariamente usemos nossos órgãos sensoriais tradicionais.



Meu Querido e Tão Amado Pai

Sua última internação hospitalar ocorreu, por volta de 16 anos atrás.
Em seus poucos dias em estado de coma, senti ao lado de sua cabeceira uma presença espiritual, embora não a "visse". Mentalmente me veio que era o "Anjo da Morte"; expressão esta que eu nunca havia utilizado. Compreendi, que estava ali preparando a "partida" de meu pai.

Ele estava na UTI e assim monitorado com toda a aparelhagem.
Quando me aproximava, conversando com ele, percebia as lágrimas escorrendo de seus olhos, apesar de estar totalmente imóvel.
Sabia que estava me ouvindo e reagindo emocionado através das lágrimas. Posteriormente seus olhos foram vedados, por permanecerem imóveis.

Ele tinha medo da morte.
Assim, meu pedido interno era poder estar ao seu lado, quando deste momento , para poder segurar sua mão. Assim, como tantas vezes quando criança, sua mão sempre segurava a minha tanto nos momentos felizes quanto tristes ou quando eu sentia medo.

Ia para casa e retornava todos os dias para estar com ele.

Em uma das manhãs, em minha casa,
em que estou meio acordando de meu sono, uma voz me diz:
- "A passagem dele vai ser feita às 6".
Acordei e imediatamente liguei para o Hospital, pois em meu relógio faltava pouco para às 6 da manhã. Ao me atenderem, disseram que ele continuava no mesmo quadro, sem alteração.
Tranquilizei-me e logo no início da tarde fui para lá.

Durante a tarde, o enfermeiro informa que provavelmente as máquinas deixariam de contribuir pois seu estado estava se agravando.

Saí com minha mãe e irmã para lancharmos e retornamos rapidinho.
Nisto, meu tio materno já ali estava esperando por nós.

Entrávamos silenciosa e suavemente, nos aproximando de seu leito. O aparelho que monitorava seus batimentos cardíacos, já mostrava o decréscimo dos mesmos progressivamente. Ao nos aproximarmos dele, os batimentos iam subindo rapidamente. Então, comecei a experimentar o afastamento novamente: os batimentos caiam e com a aproximação subiam. Se eram médicos ou enfermeiros, os batimentos não subiam. Sendo que não falávamos com ele, nem fazíamos ruído algum. E ele não nos via (com seus olhos).

Neste sentido, meu tio, sugeriu que saíssemos de perto de meu pai. Ficaria apenas ele próximo e quando seus batimentos estivessem quase no fim, meu tio nos chamaria.
E assim foi. Neste momento, ficamos próximos a meu pai e ele pode finalmente partir.

Meu tio nos relatou que mesmo com ele, ocorria o mesmo processo que conosco. Teve que se afastar do leito, para que seu coração pudesse ir decaindo com os batimentos.

Apenas quando no momento em que o médico estava preenchendo o Atestado de Óbito,
me dei conta que meu pai "partiu" às 6 da tarde.
Assim, o horário de sua "partida" se confirma, com aquele que me foi "dito" anteriormente.

Esta experiência me mostrou que meu pai identificava energeticamente a presença dos seres familiares, sem a presença dos órgãos dos sentidos tradicionais. Ele conseguia nos sentir e a nossa ligação energética propiciava o aumento dos batimentos cardíacos. Com os demais que ele não tinha ligação alguma, os batimentos iam se enfraquecendo e decaindo. A ligação energética de amor profundo auxiliava no aumento de seus batimentos. Ele ainda lutava para viver e para continuar ao nosso lado.

Papai procurava sempre estar ao nosso lado.
Quando viajava para nossa amada Itália, e nós não podíamos ir juntamente com ele,
suas cartas eram amorosas e muito saudosas.
Quando estávamos na Itália, um dos locais que ele muito gostava
de passear conosco era na (*) Costa Amalfitana (sul da Itália).
Lugar lindíssimo que tenho gravado em minha alma!

Seu amor era e é muito presente em nossas vidas.
Este mesmo que continua nos ligando na Vida Pós Morte.

Uma boa parte do que sou como ser humano, é proveniente deste lindo ser que é meu pai.
Um grande homem, pai, amigo, esposo, irmão, filho e mestre .
Sua nobreza de caráter e generosidade de alma me ensinou a amar genuinamente.
Sinto-me honrada por tê-lo tido, como meu grande companheiro de jornada nesta Vida.


Mio tanto caro papà
Grazie per tutto di bello che mi hai fatto sentire!
Ci rivedremmo un giorno.
Ti Amo Moltíssimo!
Tua Figlia.



Adelia Ester Maame Zimeo


Imagem: Internet

(*) Costa Amalfitana - "fica a apenas 56 km de Nápoles e a 280 km de Roma, no Sul da Itália.
Oferece uma vista repleta de penhascos verdes revestidos de casinhas coloridas no melhor estilo bizantino, rodeadas por um mar azul anil estinteante".



SELO - ESSE BLOG MERECE UM OSCAR




Feliz por receber este "ESSE BLOG MERECE UM OSCAR", de meu querido amigo Jorge, do Blog: Nectan Reflexões (http://nectantaurus.blogspot.com).

Muito Obrigada pelo carinho de sempre!

Como regra, terei que repassar este selo para 5 (cinco) blogs.

Estes são os contemplados por mim, que deverão fazer o mesmo:


1- ReikiSahashara ( http://reikisahashara.blog.uol.com.br/ )
2- Bliss 1000 ( http://bliss1000.blogspot.com/ )
3- Saberdesi ( http://saberdesi.blogspot.com/ )
4- Jardim da Clarice ( http://jardimdacla.blogspot.com/)
5 - Transmimentos ( http://transmimentos.blogspot.com/)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ALGUMAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS --- PRECOGNIÇÃO III


- Precognition -


Citarei algumas das minhas vivências, envolvendo o conhecimento antecipado de um fato que estava por ocorrer (Precognição).

Alguns de meus sonhos não eram simbólicos; mas, sim, envolviam
cenas que posteriormente ocorriam.

Em outros momentos, acordada, eu tinha flashs (cenas) mentais, ou avisos mentais
através dos quais, já me preparava para o que estava por vir.

Comentava em minha Terapia, meus sonhos. Os mesmos eram interpretados simbolicamente. Porém, alguns ocorriam posteriormente. Comecei a relatar isto para minha terapeuta. A partir daí, quando sentia que eram premonitórios, eu os relatava, mas ela já não os traduzia. Era uma excelente Psicóloga e me compreendeu muito bem, me dando o suporte que me era necessário. Sou muito grata a ela, por todo o período de análise em que estivemos juntas.


Para ilustrar, aqui vão algumas vivências minhas:

1) Aos 16 anos, durante a época de Colégio, gostava muito da didática de um professor de Trigonometria. Tive um sonho em que a Coordenadora, entrava em sala de aula e informava da saída de tal professor e a entrada de outro bem mais jovem. Lembro-me que no momento, fico chateada. Gostava muito dele. E me dizia internamente, se me adaptaria ao outro. Exatas, não era o meu forte, apesar das notas boas que conseguia.
No dia seguinte, durante o período de aulas, eis que entra a cena do meu sonho, na realidade. Sorte, que havia comentado com minha colega um pouco antes. Quando ocorre o fato, ela me olha com espanto e faz um ar exclamativo. Eu fiquei perplexa, pelo sonho estar se realizando e ser real então a mudança, entrando em sala o tal professor bem mais jovem. Felizmente, me adaptei ao seu método e consegui me sair bem na disciplina.

Nesta época, eu ainda não me dava conta destas minhas percepções.


2) Quando meu filho era bem pequeno, por volta de seus 5 anos de idade, ficava na Escolinha no período da tarde. Chegava com a perua escolar no final da tarde, pois eu trabalhava período integral na Clínica. Conseguia às vezes chegar em casa no final da tarde para estar com ele.
Em uma das noites, sonho que quando ele retorna da Escolinha, eu já estava em casa, na cozinha preparando seu jantar. Ele abre a porta e ao subir a escada (a casa era um sobrado) leva um tombo e machuca a boca, sangrando muito. Eu desço correndo na sua direção , com a preocupação de ter afetado a parte óssea e dental. Imediatamente o levo para fazer o RX, mas felizmente estava tudo bem.
Isto realmente ocorre, posteriormente. Quando da cozinha, ouço um barulho forte e ele me chamando chorando; lembro imediatamente do sonho. Corro com o coração disparado e presencio a mesma cena. Vou até o dentista, é feito o RX pois ele queria investigar a parte óssea. Aguardo na sala de espera, ao que o profissional sai sorridente, me dizendo que estava tudo bem.


Até este momento, eu estava me adaptando ao que eu sentia, prevendo fatos agradáveis e desagradáveis. Os desagradáveis, incluíam: doenças, acidentes, mortes de pessoas queridas, amadas, familiares; rupturas amorosas; etc.

Após um certo tempo, já conseguia distinguir bem nuances que me indicavam quando o sonho era premonitório. Assim, como quando o pensamento que "entrava" subitamente, ou cenas que eu via (estando acordada), eram reais e estavam por ocorrer.
Isto de certa maneira, me prepararva anteriormente a enfrentar as situações que podiam ser diretamente comigo, com pessoas conhecidas e/ou familiares. Confesso que as situações de perda por morte eram as mais difíceis para mim. A partir daí, comecei a ter uma visão diferente da Vida e da Morte.

Percebi também, que nem tudo é controlável. Há fatos que mesmo sabendo anteriormente, a intervenção para alterá-los, não se faz possível.

A aceitação com a questão da impermanência (fatos, pessoas, situações), que tanto a filosofia oriental trata, foi ficando mais acessível para mim.

A continuidade da Vida pós Morte, mais avivada em meu ser, pelas visões e contatos que são estabelecidos com seres espirituais.

Enfim, a minha transformação foi grandiosa, com estas experiências que
permeiam minha Vida constantemente.

Creio que para tudo há um propósito na Vida.
Um deles era ampliar meu trabalho clínico inserindo esta minha aptidão. Quando me senti preparada, assim o fiz. O resultado é magnífico no andamento da terapia!


Darei continuidade a este tema gradativamente, em outros posts.



Adelia Ester Maame Zimeo

Imagem:
www.divine-light-healing.com/.../index.html

domingo, 25 de outubro de 2009

"VISÕES DO FUTURO" --- PRECOGNIÇÃO II



Teorias


" Além da dificuldade em se estabelecer uma teoria para a precognição, Zangari levanta os problemas empíricos, questionando-se se o que está ocorrendo seria precognição ou psicocinesia. As questões são muitas: “Na pesquisa mencionada de Carington, com dados”, ele se questiona, “os sujeitos previam as faces dos dados ou influenciavam a posição dos dados de forma a corresponderem com a previsão? Nas pesquisas no cassino, os sujeitos prevêem ou interferem parapsicologicamente nas roletas e nos caça-níqueis?
Até que ponto os experimentadores influenciam parapsicologicamente nos resultados?
Se psi (ESP ou PK) existe, não há que se avaliar o papel do experimentador nos experimentos,
uma vez que são os grandes interessados nos resultados?”

As teorias mais variadas já foram levantadas para tentar explicar um dos fenômenos mais incríveis da parapsicologia, exatamente por lidar com o tempo. “Psicologicamente”, conclui Zangari, “a precognição parece cumprir um papel fundamental, de ‘amortecedor psíquico’, preparador do psiquismo para suportar a informação desagradável. Entre o sonho precognitivo e o fato real, a pessoa tem tempo para se preparar, de maneira que a agressão provocada pelo fato não a desestruture completa e irremediavelmente. Do ponto de vista da Física, há muitas possibilidades aventadas, desde a existência de partículas carregadas de informação que viajariam no tempo, até a concepção de que haveria ‘buracos de minhoca’ entre universos paralelos, pelos quais as informações atemporais transitariam”.

Alguns pesquisadores chegaram a levantar a teoria de que a informação poderia viajar para trás no tempo. Da mesma forma que um evento importante tem repercussões futuras – ou seja, seu efeito se estende ao futuro –, ele também se deslocaria para trás no tempo, sendo captado por algumas pessoas em condições especiais. Isso explicaria, por exemplo, algumas previsões que nada tem a ver com a pessoa em si, mas com acontecimentos trágicos envolvendo muitas pessoas. Da mesma forma, pode-se entender que, quanto mais distante esse evento estiver no futuro, mais difícil será a percepção pela mente humana, de modo que a possibilidade da informação conter erros seria maior.

A noção dos universos paralelos é fascinante e já foi muito utilizada pela literatura de ficção científica. Ela considera a possibilidade de que existam universos mais ou menos parecidos com o nosso, normalmente invisíveis aos nossos sentidos. Nesses universos, os acontecimentos ocorreriam de forma mais ou menos semelhante aos eventos do nosso universo, e as informações poderiam “vazar” desse paralelo para o nosso, sendo captadas por algumas pessoas. Segundo algumas propostas, isso também poderia explicar o porquê de alguns eventos futuros não ocorrerem exatamente da forma como foram previstos, já que no universo paralelo eles seriam ligeiramente diferentes.

J.B. Rhine encarou a definição para a precognição da mesma forma como o fez para os demais fenômenos parapsicológicos, ou seja, entendendo que eles são fenômenos “não-físicos”, isto é, não podem ser localizados fisicamente, não estão no cérebro. Para ele, a mente possui uma característica única que é sua independência com relação ao universo material, sendo capaz de ampliar-se e estender seu campo de ação de uma forma que o universo físico não pode entender.

Assim, vários cientistas ligados a esse modo de pensar referem-se à existência de um “campo psi”, através do qual ocorreria a transmissão de sinais de informação. Esse campo seria capaz de interagir com os meios físicos, mas seria independente deles, de modo que as informações poderiam se locomover independentemente das leis conhecidas para o espaço e o tempo.
Mas essa não é uma postura generalizada. Muitos cientistas, especialmente os físicos, entendem que não se pode tentar explicar a precognição, ou qualquer outro fenômeno parapsicológico, senão por meio de teorias da Física. O próprio Albert Einstein teria sido um defensor de que os fenômenos deveriam ser estudados pela Física e que estariam ligados
ao estudo da teoria quântica.

Diz-se que a causalidade é extremamente importante no desenvolvimento das teorias físicas sobre a precognição, visto que na causalidade os eventos futuros sempre têm uma causa anterior: uma folha em branco existe antes de uma folha escrita; uma pessoa é jovem antes de ser velha; um telefone não toca na casa de alguém antes que a pessoa disque o número.

No entanto, os cientistas Russel Targ e Harold Puthoff – que também realizaram experiências na área, no Stanford Research Institute – dizem que, apesar de ser um fato observável que a informação viaja do presente para o futuro, “não há qualquer motivo para desespero” se, em algumas ocasiões, em algumas experiências, verificar-se que ocorre justamente o oposto, uma vez que na física teórica, nas equações da física, muitas soluções sugerem exatamente isso.

Outros físicos também apresentam como exemplo disso o fato de que, em microfísica, às vezes ocorre de um núcleo atômico desintegrar-se antes de ser atingido por uma partícula rápida, o que é uma reversão causal aceita na física teórica.

Seja como for, estamos falando de um fenômeno cujas pesquisas ainda vão gastar muito papel e muito tempo (sem querer fazer trocadilho).

O importante, no momento, é saber que se trata de um fenômeno comprovado, por mais fantástica que possa parecer a capacidade da mente em transcender o tempo".



"Para saber mais:
Tempo – O Profundo Mistério do Universo - John Gribbin (Francisco Alves Editora)
Através da Barreira do Tempo - Danah Zohar (Editora Pensamento)"



Fonte:
Revista Sexto Sentido (08/05/2009)


Imagem: Internet


"VISÕES DO FUTURO" --- PRECOGNIÇÃO I


-Nostradamus - by Salvia Forme



"Além de ser um dos fenômenos mais antigos já registrados pela humanidade, a precognição continua envolta em certa aura de mistério. Mas o fenômeno já foi devidamente comprovado pela parapsicologia, e novas pesquisas e teorias estão sendo elaboradas".

Gilberto Schoereder


"Profecias, adivinhações, visões, sonhos, intuições... A humanidade já encontrou inúmeras formas para denominar a possibilidade de ter vislumbres de acontecimentos futuros. É um dos fenômenos mais comentados ao longo dos tempos, e pode ser encontrado nos livros sagrados de várias religiões e em relatos lendários e mitológicos das mais diversas culturas do planeta.
Nos estudos parapsicológicos, trata-se de precognição, fenômeno considerado pelos cientistas como nada mais do que uma clarividência ou uma telepatia cujo conteúdo se refere ao futuro. Em outras palavras, é o conhecimento direto de pensamentos, sentimentos,
sensações ou fatos futuros.

Wellington Zangari, coordenador do grupo Inter Psi, da PUC de SP, explica que é um erro referir-se à precognição como uma terceira modalidade de ESP (extra sensorial perception, ou PES, percepção extra-sensorial), ao lado da telepatia e da clarividência. “De fato”, ele explica, “ao falarmos de telepatia e de clarividência, estamos definindo o fenômeno pela fonte (de onde partiu) de informação: uma outra mente, no caso da telepatia, e um fato ‘captado’ diretamente do meio, no caso da clarividência. Se definirmos ESP pela variável tempo, então devemos considerar a possibilidade de retrocognição, simulcognição e precognição”.

Uma das formas mais conhecidas de ocorrência do fenômeno é durante os sonhos. Segundo levantamento apresentado por Zangari, entre os americanos 75% dos casos de precognição ocorrem em sonhos; na Europa ocidental, 60% dos casos ocorrem em sonhos;
na Inglaterra, 74% dos casos.

No Brasil, num estudo realizado por ele e por Fátima Regina Machado, 64% de uma amostra de 181 estudantes universitários tiveram sonhos com ESP. Desse total de 64%, 92% das pessoas tiveram mais de um sonho; 97% tiveram sonho especialmente vívido; 71% sonharam com evento trágico; 75%, com membro da família; 83%, com evento ocorrido dentro de 24 horas; e 63% contaram o sonho a alguém. A maior parte dos sonhos é realista, em oposição aos sonhos simbólicos; ou seja, as imagens se assemelham ao fato, geralmente indicando “o quê” e ”com quem” o fato sonhado está relacionado".




Fonte:
Revista Sexto Sentido (08/05/2009)

Imagem: Internet



sábado, 24 de outubro de 2009

SELO: UTILIDADE PÚBLICA



Recebi este selo de meu amigo Jorge do Blog http://nectantaurus.blogspot.com/um selo de utilidade pública e devemos divulgá-lo o máximo possível, pois assim disseminaremos a conscientização sobre a Preservação do Meio Ambiente.

Para publicá-lo basta responder a seguinte pergunta:
“O que você tem feito para preservar o meio ambiente?

”Resposta:

- Não jogar lixo na rua,
- Separar o lixo orgânico dos demais,
- Buscar economizar Água,
- Não poluir a água,
- Ao levar minha cachorrinha para passear na rua,
recolher suas "sujeirinhas" num saquinho de lixo.
- Higiene Mental: cuidando de meus pensamentos, emoções e sensações.

É pouco, eu sei, mas acho que já é um bom começo.

E é com muito carinho que ofereço este selo à:

- ReikiSahashara;
- Bliss 1000;
- Crescer dá Trabalho;
- Sem Fronteiras para o Sagrado;
- Por Uma Vida Melhor;

Boa Sorte!***

LIBERTAR O EU VERDADEIRO


- Don't Be Afraid -


Outra maneira que alguns de nós têm de lidar com as atiradeiras e flechas que ameaçam nosso frágil ego é construir uma defesa de Galinha Assustada. Na história infantil, a Galinha assustada estava passeando quando uma bolota caiu em sua cabeça. Seu medo transformou a bolota num pedaço do céu, e ela correu para dentro de uma caverna gritando: "O céu está caindo! O céu está caindo!"


Esse é o padrão para fugir da vida e nos protegermos contra a rejeição e a incerteza numa caverna de segurança na qual nos escondemos. Quando usamos a máscara da Galinha Medrosa, acreditamos que o céu está sempre para cair. Albert Einstein disse que a questão mais importante era se o universo era amigável. A Galinha Medrosa responde com um inequívoco não. Ela se esconde com medo e evita as situações que apresentam risco - interior ou exterior. É óbvio que há momentos em que é melhor não arriscar. Mas ela é a parte de nós que ousa muito pouco, especialmente por dentro.


A Galinha Medrosa, como todos os outros falsos eus, foi ferida de alguma forma e criou este padrão como uma maneira de lidar com sua dor e proteger-se. Talvez ela tenha sido superprotegida; talvez tenha tido experiências que a ensinaram que não se pode confiar na vida. A Galinha Medrosa, com seus padrões egocêntricos, é semelhante ao que Fritz Kunkel chamou de "tartaruga": é a pessoa que, acreditando que suas necessidades estão sendo negligenciadas e que a vida só traz desapontamentos, limita-se e enterra-se numa casca de onde espia a vida.

(...)

De vez em quando, na procura por seu Eu Verdadeiro, você tem que encontrar coragem para entrar no absurdo. Kierkegaard observou que a coragem não é ausência do desespero ou do medo, mas a capacidade de seguir em frente apesar deles. A tarefa da Galinha Medrosa é seguir em frente apesar de seus medos, confirmando que o mundo é um lugar amoroso, belo e seguro... A Galinha Medrosa precisa confiar que o céu não é assim tão precário e deixar que a bolota seja apenas uma bolota.

(...)

Ao nomear os muitos padrões dos nossos falsos eus, é exatamente isto o que precisamos fazer: debruçarmo-nos sobre as faces partidas e horríveis presentes em nós e beijar cada uma delas.
Esse é o ato necessário. Pois é nesses atos ternos, mas poderosos, de autocomunhão, que abrimos caminho para que a verdadeira semente rompa a escuridão. Apenas enfrentando e abraçando os falsos eus é que podemos libertar o Eu Verdadeiro.




Autoria: Sue Monk Kidd
Livro: Quando O Coração Amanhece

Imagem:
www.art.com/.../pd--10100761/Dont_Be_Afraid.htm


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"A DESCOBERTA É A NATUREZA DA ALMA"


- The peace of nature and childhood -


A presença de uma pessoa que tem serenidade e contentamento no coração gera confiança. Ela pode separar as tolices da conversa e selecionar o que tem de importância e valor. Às vezes, a dignidade da calma pode levar o grupo dos presentes a um nível superior de atenção e excelência. Inversamente, ficamos constrangidos na presença de uma pessoa cuja serenidade e contentamento são forçados. Sua calma só perdura porque atua dentro de uma estrutura muito limitada de autodefesa e recusa. É difícil sentir que podemos ser nós mesmos na companhia de um anseio subjugado com tamanha eficiência. Quando abrimos o coração à descoberta, seremos chamados a sair das barreiras de conforto com que fortificamos nossa vida. Seremos chamados a arriscar velhas opiniões e idéias e a sair do círculo de rotina e imagem. Isso frequentemente acarreta turbulência. O pêndulo se fixará às vezes em uma extremidade e ficaremos sem equilíbrio. Mas a nossa alma adora o perigo de crescimento. Na sua confiança sensata, a nossa alma sempre nos recambiará a um lugar de verdadeiro e vital equilíbrio.


A própria natureza do universo nos convida a viajar e descobri-lo. A terra deseja que as nossas mentes ouçam com toda a atenção e observemos criteriosamente, para que possamos aprender os seus segredos e denominá-los. Somos os ecos da Natureza contemplativa. Um dos nossos deveres mais sagrados é ser abertos e fiéis às vozes sutis do universo que se apresentam vivas no nosso anseio. Aristóteles afirmou que a razão de podermos saber qualquer coisa é que existe uma afinidade mórfica entre nós e a Natureza. Essa é a íntima e precisa afinidade da forma. Animais, árvores, campos e marés têm outros deveres. Para isso exclusivamente fomos libertados e abençoados. Ou estamos no universo para habitar a admirável eternidade da nossa alma e nos tornamos verdadeiros ou então bem poderíamos dedicar nossos dias a fazer compras e matar o tempo assistindo programas de entrevistas.



Autoria: John O'Donohue
Livro: Ecos Eternos

Imagem:
www.flickr.com/photos/hetleigh76/3946982941/


domingo, 18 de outubro de 2009

OS EFEITOS DE ABENÇOAR

- Blessings -


"Quando alguém te diz: “QUE DEUS TE ABENÇOE” não está só desejando o melhor para você, mas também atuando a seu favor.
Pois quando bendizes a alguém, também estás atraindo a proteção de Deus para você.

O efeito de abençoar é multiplicador, já que é dado por Deus a seus filhos.

A benção invoca o apoio permanente de Deus para o bem estar da pessoa, fala de agradecimento, confere prosperidades e felicidade em toda pessoa que a recebe da nossa parte.

A benção começa com as relações de pais e filhos.

Os filhos que recebem a benção da parte dos seus pais, têm um bom começo espiritual e emocional na vida.
Recebem um firme propósito de amor e aceitação.

Este princípio também se aplica na íntima relação de casais. As amizades se aprofundam e se fortalecem, trazendo companheirismo, saúde e esperança a todos que
nunca receberam sequer uma palavra abençoada.

O poder da vida e da morte está na Palavra.

Ao abençoares não só está outorgando à vida aquele que a recebe,
mas também aquele que também a dá."




Texto enviado por: Maria José
(Blog: Arca do Autoconhecimento)

Imagem:
http://media.photobucket.com/image/blessings/ArtioBoanne/blessings-4.gif

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"AS BENÇÃOS DO MEU AVÔ"



“Quase todas as vezes que vinha me visitar, meu avô me trazia um presente. Eles não eram do tipo que as outras pessoas costumavam trazer: bonecas, livros, bichinhos de pelúcia. Minhas bonecas e meus bichos de pelúcia já desapareceram há mais de meio século, mas muitos dos presentes do meu avô ainda estão comigo.

Uma vez ele trouxe um pequeno copo de papel. Olhei lá dentro esperando encontrar algo especial. Estava cheio de terra. Eu não tinha permissão para brincar com terra. Desapontada, expliquei isso a ele. Meu avô sorriu com ternura. Depois pegou um pequenino bule de chá do meu brinquedo, levou-me até a cozinha e encheu-o de água. De volta ao meu quarto, colocou o copo com terra no peitoril da janela e me entregou o bule.

--- Se você prometer que vai colocar água no copo todos os dias, alguma coisa pode acontecer, me disse ele.

Naquela época eu tinha quatro anos e meu quarto ficava no sexto andar de um edifício em Manhattan. Nada daquilo fez o menor sentido para mim. Olhei para ele com desconfiança.

--- Todos os dias, Neshumele, ele repetiu.

E eu prometi. No início, curiosa para ver o que acontecia, cumpri a tarefa sem problemas. Mas, à medida que os dias foram passando e nenhum resultado se apresentava, ficou cada vez mais difícil lembrar-me de colocar água no copo. Após uma semana, perguntei ao meu avô se já era hora de parar. Balançando a cabeça, ele disse:

--- Todos os dias, Neshumele.

A segunda semana foi pior, e comecei a me arrepender de ter feito aquela promessa. Quando meu avô apareceu outra vez, tentei devolver-lhe o presente, mas ele se recusou a aceitar, dizendo apenas:

--- Todos os dias, Neshumele.

Na terceira semana, comecei a esquecer de colocar água no copo. Geralmente, só me lembrava depois de já estar deitada e, assim, era obrigada a levantar e cumprir a tarefa no escuro. Mas, não deixei de cumpri-la uma única vez. Até que, numa manhã, surgiram duas minúsculas folhas verdes que não estavam lá na noite anterior.

Fiquei perplexa. Dia após dia, elas iam ficando maiores. Mal podia esperar para contar para meu avô, certa de que ele também ficaria surpreso. Mas ele, é claro, não ficou. Com todo cuidado, vovô me explicou que a vida está em toda parte, escondida nos lugares mais simples e inesperados (grifo meu). Isso me deixou encantada.

-- E, só precisa de água, vovô? --- indaguei.

Delicadamente, ele tocou o alto de minha cabeça.

--- Não, Neshumele, --- respondeu meu avô. --- só precisa de sua lealdade.

Talvez esta tenha sido a minha primeira lição sobre o poder de servir, mas naquela época não entendi dessa forma. Meu avô não usaria essas palavras. Ele diria que precisamos nos lembrar de abençoar a vida ao nosso redor e dentro de nós. E, diria que, quando nos lembramos de que podemos abençoar a vida, somos capazes de reconstruir o mundo (grifo meu).

Meu avô era um estudioso da Cabala, os ensinamentos místicos do judaísmo. (...) De acordo com a Cabala, em algum momento, no início de tudo, o Criador dividiu-se em incontáveis centelhas, que se espalharam por todo universo. Há uma centelha de Deus em cada ser, em cada objeto, como uma diáspora de bondade. A presença imanente de Deus no mundo e em nós é encontrada diariamente nas formas mais simples, despretensiosas e comuns. (...)

Meu avô era um homem de muitas bênçãos. Elas foram prescritas há várias gerações, pelos rabinos mais importantes, e cada uma delas é considerada um momento de consciência --- um reconhecimento de que foi encontrada a santidade em meio à vida comum (grifo meu). As bênçãos não existem apenas para serem repetidas antes das refeições. Há bênçãos para os momentos em que lavamos as mãos, assistimos ao nascer do sol, perdemos um objeto ou o encontramos, bênçãos para quando algo começa ou termina. Até mesmo a mais humilde das funções corporais tem a sua própria bênção. Meu avô era um rabino ortodoxo e dizia todas elas, batendo de leve em seu chapéu preto, em homenagem a Deus, muitas e muitas vezes, enquanto ia lidando com os menores detalhes da vida diária. (...)

Como jovem médica, eu pensava que servir a vida fosse algo dramático, repleto de ação e decisões tomadas em segundos. Uma questão de passar noites sem dormir e viajar em ambulâncias, enganando o anjo da morte. Um papel que só poderia ser desempenhado por aqueles que se preparam durante muitos anos. Agora sei que esta é a menor parte da natureza do ato de servir. Sei que o serviço é pequeno, silencioso e está em toda parte. Sei que sentimos com mais freqüência através de quem somos do que através daquilo que sabemos (grifo meu). E que todos servem, estejam conscientes disso ou não.

Abençoamos a vida ao nosso redor muito mais do que percebemos. Muitas atitudes simples e comuns podem afetar profundamente os que nos rodeiam: um telefonema inesperado, um leve toque de mão, a generosa disponibilidade para ouvir, um afetuoso piscar de olhos, um sorriso amigo. Podemos abençoar estranhos e sermos abençoados por eles. Grandes mensagens vêm em pequenas embalagens O simples ato de devolver um brinco perdido ou de dar passagem para um carro no trânsito pode ser suficiente para renovar a confiança de uma pessoa na vida. (...) Quando abençoamos alguém, tocamos a bondade guardada nessa pessoa e desejamos que ela se desenvolva (grifo meu).

Tudo o que está sendo gerado em nós mesmos e no mundo precisa ser abençoado. Meu avô acreditava que Deus fez todas as coisas:

--- Depende de nós fortalecê-las, alimentá-las e liberá-las sempre que for possível. Neshumele, --- disse ele --- as bênçãos fortalecem e alimentam a vida da mesma maneira que a água”.



Autoria: Rachel Naomi Menem
Livro: As Bençãos do Meu Avô
http://.daniellemelo.multiply.com/journalitem/2/2

Imagem:
croniclebooks.com/...title.To-Life-LChaim/




quinta-feira, 15 de outubro de 2009

MEU TÃO QUERIDO E AMADO FILHO

- Buddha and White Lotus Flower -



Que a Sabedoria e o discernimento sejam teus aliados nos caminhos a trilhar
Que teu Coração esteja sempre a Pulsar e a Sonhar

Que teu Ímpeto e Ousadia te impulsionem na direção de nobres objetivos
Que em tua Alma a Serenidade te encaminhe a resultados almejados

Que tua Generosidade regue como orvalho a tua Alma e a dos demais
Que teu Sorriso Puro e Aberto seja parte de tua Identidade

Que tua Nobreza de Caráter seja o Passaporte para tua grandiosa Missão nesta Vida
Que tua Inteligência esteja sempre a serviço de um Bem Maior

Que o teu Equilíbrio seja resultado da maravilhosa convivência de teus parceiros internos
Que a Sacralidade seja encontrada em cada partícula que compõe este vasto Universo

Que teu Olhar Límpido e Cristalino descortine as névoas da ilusão
Que teus Anseios de Vida sejam nutridos com Fé

Que tua conexão com teus Amparadores Espirituais te proteja e inspire
Que acima de tudo, O Amor genuíno seja parte integrante nesta tua jornada da Vida!



Á você Gui, Meu Grande Amor e Mestre

Muitas Bençãos em tua Vida!
Parabéns pelo ser raro e lindo que és!
Feliz Aniversário!


Adelia Ester Maame Zimeo




Imagem:
www.dreamstime.com/buddha-and-white-lotus-flo...


EDUCAÇÃO COM AMOR --- DIA DO PROFESSOR




Oração do Professor


"Dai-me, Senhor, o dom de ensinar,
Dai-me esta graça que vem do amor.

Mas, antes do ensinar,
Senhor,Dai-me o dom de aprender.

Aprender a ensinar
Aprender o amor de ensinar.

Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre.

Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.

Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
Mas cresçam e se abasteçam da humildade.

Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
Mas animem as faces de quem procura a luz.

Que a minha voz nunca assuste,
Mas seja a pregação da esperança.

Que eu aprenda que quem não me entende
Precisa ainda mais de mim,
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.

Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender,
Para que eu possa trazer o novo, a esperança,
E não ser um perpetuador das desilusões.

Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender

Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor."



Autoria: Antonio Pedro Schlindwein



terça-feira, 13 de outubro de 2009

"UMA ORAÇÃO"

- Celtic Blessings -


"Bendito seja o anseio que te trouxe aqui e que
aviva a tua alma com assombro.

Que tenhas a coragem de acolher o teu anseio interno.

Que aprecies a companhia crítica e criativa da pergunta
'Quem sou eu?' e que ela ilumine o teu anseio.

Que uma secreta Providência Divina guie o teu
pensamento e proteja o teu sentimento.

Que a tua mente habite a tua vida com a mesma
certeza com que o teu corpo se integra ao mundo.

Que a sensação de algo ausente amplie a tua vida.

Que a tua alma seja livre como as sempre renovadas
ondas do mar.

Que vivas perto do assombro.

Que te integres ao amor com o arrebatamento
da Dança.

Que saibas que estás sempre incluído no benévolo
círculo de Deus".




Autoria: John O'Donohue
Livro: Ecos Eternos

Imagem:
by Abbey Press


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

FELIZ DIA DA CRIANÇA INTERIOR!



"Em todo adulto espreita uma criança -
uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser,
que nunca está completo, e que solicita atenção e educação incessantes.
Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa."

Carl Gustav Jung (1875-1961)





"A Criança Interior é uma poderosa presença.
Vive no centro do nosso Ser.

Imagina uma criança que começa a andar; saudável, alegre, feliz. Ao visualizar esta imagem na tua mente, sente a sua vitalidade. Com grande entusiasmo, explora continuamente o seu ambiente.

Conhece as suas emoções (sensações) e exprime-as abertamente.
Quando se magoa, chora,
Quando está zangada, grita.
Quando está contente, sorri ou ri às gargalhadas a partir do mais profundo seu ser.

Esta criança é também altamente sensível e instintiva.
Sabe em quem confiar ou não confiar.
Gosta de brincar e fazer descobertas.
Cada momento é novidade e maravilha.
Das suas brincadeiras emana uma criatividade e vitalidade inesgotável.

À medida que o tempo passa, a criança começa a ter que prestar cada vez mais
atenção às pretensões dos adultos.

A voz dos “crescidos”, com as suas “necessidades” e vontades,
começam a afogar a voz interior e os instintos da criança.

De forma cada vez mais vigorosa, pais e professores impõe as suas leis, dizendo: “Não é assim”, “Não exprimas o que sentes”, “Não se diz”, “Não se faz”; “Faz o que nós dizemos”,
“Nós, é que sabemos”. (deves esconder o que sentes, mentir...).

Com o decorrer do tempo, as verdadeiras qualidades que dão à criança a sua vitalidade, — curiosidade, espontaneidade, capacidade de sentir e exprimir o que sente —
são votadas ao esquecimento.

No processo de “crescimento” e “disciplinamento”, “adestramento” e “educação” os adultos transformam a criança num previsível adulto.

Ao erradicar a “vulnerabilidade da criança” (em simultâneo com a sua falta de autocontrole) danificam severamente o seu Eu Essencial.

O Mundo dos adultos, não é um lugar seguro para crianças.

Por razões de sobrevivência, o adolescente sepulta bem fundo e fecha às sete chaves
o seu delicioso espírito de criança.

A Criança Interior nunca crescerá e nunca irá a lado nenhum.
Permanecerá Enterrada Viva, esquecida, na esperança de um dia ser liberta.

A Criança Interior, procura constantemente chamar a nossa atenção, mas a maior parte dente nós, recusa-se a ouvir ou esqueceu de como fazê-lo.

Quando ignoramos os nossos verdadeiros sentimentos e intuições íntimas,
estamos a ignorar a nossa Criança Interior.

Quando abdicamos de alimentar o nosso corpo e a nossa alma, negligenciamos a Criança Interior. Quando na nossa conversa interior recusamos determinadas idéias que nos fariam prazer ou emoções de que gostaríamos, com o pretexto de que não são racionais — coisas que os adultos não fazem — estamos a abandonar a nossa Criança Interior. Por exemplo, ao sentir um impulso para saltar de alegria no parque ou chorar sem reserva a perda de um amigo.

Isso é a Criança Interior a tentar mostrar-se.

Mas quando o “adulto” (adulterado?) em nós diz: “Não, não podes fazer isso!
Um homem não chora. Controla-te”.

Então A Criança Interior continua na penitenciária.
Quando a Criança Interior está prisioneira, é como termos sido roubados da nossa espontaneidade e centelha de vida.

Somos Um Corpo Sem Alma.
Isso poderá levar a uma séria perda de energia, a uma doença crônica ou grave.

Quando a Criança Interior é ignorada separamo-nos dos outros.
Eles nunca saberão quais são os nossos verdadeiros sentimentos,
nunca conseguirão saber quem realmente somos.

Isso tornará impossível qualquer relação verdadeiramente íntima.
Nunca conseguiremos conhecer-nos.

Que tragédia!
Que perda!

Para sermos de novo um Ser Humano completo,
a Criança Interior deve ser resgatada, abraçada e amada."





Texto:

http://momento.sobaoticaespirita.com/criancainterior.htm

Imagem:
http://media.photobucket.com/image/inner%20child/wildazzkat3/Inner_Child_by_Healersmoon.jpg


sábado, 10 de outubro de 2009

"AMOR AOS ANIMAIS, RESPEITO À VIDA"
















Olhe bem dentro dos olhos de um animal.
E ao olhar você vê que este ser é a expressão do Universo ...
Preste atenção no que você vê: os anos de vida presentes dentro desses olhos e a vitalidade que brilha através da cor e transparência.

Contemple sua forma.
Note os ângulos e curvas de individualidade que fazem desta criatura uma obra de arte única, moldada pelo tempo e pelo desejo ...

E enquanto você olha dentro dos olhos desse ser, atente para aquilo que não pode ver; o interior, um ser tão singular como sua expressão.

O que você vê é um espírito vivo. Acolha-o, respeite-o. Aprecie-o por isto.

Pergunte a si mesmo: o que parece sentir esta criatura?
Como, através desses olhos, o mundo parece ser?

Saiba que há antigüidade dentro destes olhos, milênios de evolução.
Eles trazem na sua contemplação, uma aguda solidão que você nunca poderá compreender completamente ...

Esteja certo de que este ser é tão oprimido e sofrido como você nunca imaginou.
É um ser que tem vivido momentos de rudeza e inocência das quais você nunca poderá compartilhar.

Saiba ainda que é uma criatura viva e que tem desejos como você.
Ela anda sobre o mesmo chão e respira o mesmo ar.
Sente dor e alegria, o calor do brilho do sol, a agradável sombra das florestas, o sabor refrescante da água pura ...Como você.

E nisto somos todos iguais. Numa igualdade onde existe toda a vida.
Através dela podemos encontrar a totalidade.

A partir desta igualdade podemos extrair discernimento e compreensão
para a cura do nosso lar comum.



Autoria: Gary Kowalsky - The soul of animals , 1991
http://viralataamigo.blogspot.com/2009/07/essencia-dos-animais.html

Imagem do Gato:
Enviada por Tereza Kawall


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Indicação de Blog:

Para quem gosta de animais, sugiro o blog: "Vira-lata Amigo" (http://viralataamigo.blogspot.com) é excelente com seus posts bem fundamentados, servindo de esclarecimento e orientação para os que cuidam dos animais.
Vale a pena, vá conferir!


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

CARTÃO VERMELHO



Meu Querido Amigo, Jorge do blog "Nectan Reflexões" me passou essa brincadeira.

E tudo começa assim...

Regras:
Cada um deve fazer uma listinha com 10 escolhidos para dar o cartão vermelho.Pode ser uma pessoa, uma atitude, enfim, tudo aquilo que, de alguma forma, nos incomoda - se quiser e precisar, dê uma justificativa breve.

Após fazer isso, passe a bola para mais cinco blogueiros e vamos ver no que dá…

Eu dou cartão VERMELHO para:

- Guerras
- Injustiça
- Ausência de Ética Humana
- Desrespeito
- Abuso de Poder Perante os Mais Frágeis:
crianças, idosos, desfavorecidos sócio-economica e cuturalmente
- Discriminação Social
- Preconceito
- Abandono e Maus Tratos dos Animais
- Violência
- Devastação da Natureza

Repassar para 5 blogs:
- Bliss 1000
- Sem Fronteiras para o Sagrado
- Reiki Sahashara
- Luz da Alma
- Crescer dá Trabalho


Boa diversão!!!!

- Abraços -

Meu querido amigo Jorge, do blog que me passou essa brincadeira.

E tudo começa assim...

Regras:
Cada um deve fazer uma listinha com 10 escolhidos para dar o cartão vermelho.Pode ser uma pessoa, uma atitude, enfim, tudo aquilo que, de alguma forma, nos incomoda - se quiser e precisar, dê uma justificativa breve. Após fazer isso, passe a bola para mais cinco blogueiros e vamos ver no que dá…Eu dou cartão VERMELHO para:- Políticos- Pessoas que falam em voz alta- Quando promessas não são cumpridas- Indiferença- Inversão de valores- Sujeira- Preconceito- Imoralidade- Falta de respeito- ViolênciaRepassar para 5 blogs: - Um pouco de tudo - Anseios da vida - Um sublime peregrino- Tamoporai- Meu lar interiorBoa diversão!!!!- Abraços -

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ENAMORAR-SE...



"Na visão de alguns, o desejo de encontrar a pessoa certa para se relacionar, compartilhar e viver algo em comum, configura-se num pensamento cafona, fora de moda, ultrapassado, insano... Quase utópico de acontecer na era da Modernidade.

Já para outras um pouco mais convictas e esperançosas sobre esta questão, isto é a uma necessidade intensa, profunda e inquestionável. Representa uma das premissas básicas de sobrevivência a qual faz a vida impulsionar, revitalizar as forças, ganhar cores e sentidos, jamais possíveis de serem explicados.

É sentir uma das emoções mais latentes que um ser humano pode adquirir na vida. É estar condicionado a uma magia que não tem antídoto.No entanto, contrapondo este pensamento, os descrentes justificam essa situação com base na argumentação de que se envolver custa muito caro, pois é um caminho de ida sem volta.

A razão, na maioria das ocasiões, perde clareza, acaba evaporando de uma maneira volátil, sem explicação, e dá espaço - somente - para emoção. O lado psicológico se torna vulnerável demais e o controle que antes era contido, comedido e calculado... Fica totalmente indomável.

Isto nos permite chegar à idéia ou, talvez... um entendimento, de que estamos presos a uma cadeia de barreiras, redomas e correntes em função do nosso egoísmo, complexo de narciso e padrões culturais? (Creio que sim...)

Por isso, o enamorar-se, dentro das perspectivas destes descrentes de sentimento de amor, equivale um ato suicida a nossa imagem. Basta, lembrarmos que na atual conjuntura: é inaceitável - em hipótese alguma – emergir a possibilidade de sofrimento desencadeada
pelo outro.

Mas não somente isto, a própria pré-disposição em conceder e tolerar, já revela as dificuldades que temos de nos relacionar. Não queremos ser mais feridos ou machucados. A ilusão e a frustração, algo difícil de lidar, ficam como objetos guardados no fundo da gaveta, que procuramos não usar.

O fato é: os relacionamentos hoje em dia (se não foi sempre assim) são para quem realmente está disposto a viver a chance do erro ou do acerto, num tempo em que as coisas acontecem tudo muito rápido. Se o resultado será positivo ou não, teremos que apostar para conferir!"




Autoria: Alexandre Felice

Imagem:
www.growinggreatrelationships.com/


terça-feira, 6 de outubro de 2009

"DIGA SIM À CULTURA DE PAZ!"



A paz é alimentada pela união de raízes fortes.
Em cada uma das nossas ações diárias pode estar uma raiz que permite
a Cultura de Paz crescer e se multiplicar.

A violência começa na mente de cada pessoa e é aí que também deve nascer a paz.
Para isso, trabalhamos com o conceito de Paz Positiva e Ativa, pois é preciso enfrentar os conflitos que se apresentam em nossas vidas e lidar com eles de forma construtiva e não-violenta para reverter as situações de guerra e violência.

Não devemos fugir dos conflitos e sim transformá-los, pois a construção da paz exige
umapostura ativa e transformadora.

A cultura de paz pressupõe que as relações entre os indivíduos devem ser horizontais,baseadas na solidariedade, na tolerância e no diálogo, e que essas bases precisam serconvertidas em ações éticas inclusivas para que dêem frutos.

A prática constante da paz, do diálogo e da resolução coletiva de problemas desenvolve o espírito comunitário e solidário no cidadão; este, por sua vez,
tem a missão de propagar a semente da Paz.




Autoria: Virgínia Garcez
Coordenadora Nacional do Programa Gente que faz a Paz
http://www.gentequefazapaz.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home




"Estamos realizando durante esta semana atos de PAZ,
participe ou faça sua manifestação pela paz. Paz Profunda!"


Norma Villares - Blog: "Sem Fronteiras para o Sagrado"



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"SOBRE FADAS E POETA"



Quando pequena, sonhava ser fada,
Que desnudava o mundo concedendo desejos
Com sua varinha de condão

Hoje, sou poeta
Meu condão é minha pena
Que pelas linhas fabrica
Mundo de utopia e aspiração
Ou apenas traduz minh’alma
Translúcida e peneirada
Pela latitude zero
Entre a ponta da esfera
E a celulose e o jargão

Para muitos, enigmático e inexplicável
Este viver bifurcado entre
As leis e os versos
A razão e a emoção
A necessidade e a distração

No entanto,
Eu só sobrevivo
Porque faço do meu poetar
Verdadeiro ofício
A poesia do meu ser
É o que me faz, dia após dia
Renascer




Caroline Schneider
Publicado no Recanto das Letras em 01/04/2007
Código do texto: T433921


Imagem:
Vale of The Fairies by Ranellart



domingo, 4 de outubro de 2009

ADOTE UM ANIMAL ABANDONADO!



Certo dia, depois de uma ressaca, milhares de estrelas-do-mar foram lançadas a uma praia deserta e iam secando e morrendo ao sol. Um garotinho ia caminhando, apanhando as estrelas uma a uma e as lançava de volta ao mar. Um velho pescador que assistia a cena disse ao garoto: - Menino, não percebe que o que você faz é inútil? São milhares de estrelas! Não faz diferença jogar uma de volta ao mar. O garoto se abaixou, pegou mais uma estrêla e disse: - Pra essa aqui faz toda a diferença do mundo. E lançou-a de volta ao mar.


Todos os dias, centenas de cães e gatos abandonados são recolhidos das ruas, para evitar a transmissão de doenças.

Nos Centros de Zoonoses de todo o Brasil, os bichos apreendidos ficam alguns dias à espera de seus donos ou de alguém que queira adotá-los. Depois disso, são sacrificados. Ao adotar um animal abandonado, você ganha um amigo e salva uma vida.

A adoção de um animal não resolve o problema do abandono e irresponsabilidade de muitos donos. Mas é um começo e uma nova chance de vida a um dos seres mais fiéis e amigos que existem.

Alinhar ao centro

Fonte:

"DIA DOS ANIMAIS" --- 4 de Outubro


Em 4 de outubro comemora-se o Dia de São Francisco de Assis, considerado o padroeiro dos animais. De fato, é comum encontrar nas sedes das entidades de proteção animal imagens do santo italiano. Por sua relação de amor e respeito aos animais, a data serve também para comemorar o Dia Mundial dos Animais.

Francisco de Assis viveu na Itália entre os séculos XII e XIII. Durante a juventude levava a vida como um rico filho de comerciante. Então, converteu-se e passou a trabalhar com um grupo de discípulos (que ficaram conhecidos como franciscanos), todos devotos da pobreza evangélica.

Ele tinha uma relação muito especial, de muito respeito com os animais. No Cântico das criaturas, São Francisco de Assis louva a Deus por todas as criaturas, o sol, a lua, as estrelas... Há alguns anos o Papa João Paulo II decretou São Francisco de Assis como o padroeiro da ecologia, pelo reconhecido amor a todas as criaturas. Francisco de Assis foi sepultado em 4 de outubro de 1226 e canonizado em 1228. Em comemoração à data, durante este mês várias entidades de proteção animal organizam eventos sobre bem-estar animal e cerimônia de bênção aos animais.

Ao analisar a relação homem-animal ao longo da história da humanidade, percebemos que muitos erros e atrocidades foram cometidos contra os animais, por falta de conhecimento, pela ganância ou em nome de tradições culturais. Com o desenvolvimento de estudos, análises e teorias sobre comportamento animal, o homem passou a modificar sua postura, pois percebeu que os animais também sofriam e sentiam medo, dor e angústia. Isso aconteceu graças ao trabalho dos cientistas e estudiosos do comportamento animal e dos defensores de animais - pessoas que, mesmo sem nenhuma formação acadêmica, lutam pelos direitos dos animais, tirando-os das ruas, protegendo-os, criando e cuidando de abrigos.Ainda hoje vemos situações que não podem ser aceitas sem pelo menos o sentimento de forte indignação, abrigos superlotados com animais abandonados à própria sorte por seus donos, maus-tratos, envenenamentos, venda ilegal de animais silvestres, rodeios, touradas, farra do boi, ursos torturados na China, circos, feiras de animais sem controle sanitário, uso de animais em testes para cosméticos, projetos de lei que perpetuam os maus-tratos e uso em experiências científicas.

Por isso, vamos aproveitar a data para refletir por alguns instantes sobre tudo aquilo que devemos aos animais, sobre todos os erros cometidos até agora. Existe um caminho a ser seguido, que é o respeito a todas as formas de vida, tanto aos aspectos mais básicos, como abrigo e alimentação, quanto ao direito a afeto, liberdade e à vida.




Fonte:
www.jornalpontofinal.com.br


Imagem:
revistafocinhosblogspot.com/


"ONDE ESTÁ NOSSA ALMA?"



Depois de muitos anos de busca, finalmente, consegui compreender o que é e onde se encontra nossa Alma (ânima), fundamental para uma existência espiritual, portanto pacífica e feliz.

O mestre que me proporcionou tal compreensão?
O filósofo espanhol Baruch de Espinosa.
Até onde consegui alcançar Espinosa, sinto no coração que a Alma é uma potência pensante, que compartilha com o corpo físico, o interesse pela existência divina e por tudo quanto contribua para mantê-la. As percepções do corpo físico são imagens que, na Alma, se realizam como idéias afetivas ou sentimentos.

Assim, a relação originária da Alma com o corpo e de ambos com o mundo é a relação afetiva. Ou seja, para que a Alma se manifeste é preciso haver afeto.

Ao mesmo tempo, a Alma, com seu poder da atividade pensante, atua como um canal de comunicação entre o corpo e o espírito, tornando possível um Ser Animado (com ânima), onde o corpo físico percebe (com seus cinco sentidos físicos e os demais sentidos metafísicos possibilitados pela presença efetiva da Alma), receber (perceber) as informações da fonte: criação, inspiração, amparo, amor e luz, que resulta em leveza, bom-humor, gratidão, amor e evolução compartilhada: estado de Graça.

Um Ser Animado significa aquele que vive afetiva e efetivamente no mundo da realidade, do estar presente, do uso equilibrado do seu poder pensante:
Pensamento racional (lógico) <<->> pensamento espontâneo (intuitivo)
Um ser desanimado (sem ânima) significa aquele que vive no mundo da ilusão ou imaginação, fora da realidade, percebendo o mundo com todas as distorções provocadas pelas interferências (chiados) que os altos e baixos da polarização dos pensamentos em si e, do liga-desliga racional ou intuitivo, que resulta em densidade, medo, ansiedade, angústia e desilusão.

Neste caso, segundo Espinosa, a Alma se perde no corpo físico desanimado e doente: de corpo e Alma.Mas, a boa nova: desintoxicar-se é um ato 100% espiritual porque purifica corpo físico e Alma: assim todos os corpos.

Tal limpeza, celular e vibracional, torna a comunicação entre órgãos e sistemas muito mais harmoniosa e sana, mais precisa e amorosa: cúmplice e afetiva.Com o novo fluxo de eletricidade e vitalidade proporcionado pelos sucos verdes e vivos, as formas de pensamento (descritas a seguir) tornam-se acordadas e alertas: percepção com maior clareza e lucidez.Busquei colocar numa figura o lugar em que, no corpo mental, localiza-se a Alma, coincidência ou não, o mesmo em que encontramos a afetividade, o bom-humor e o riso.

Lembrando que a irradiação da Criação alcança primeiro o Espírito, que estará mais próximo (elevada frequência vibratória) ou distante (frequência vibratória mais densa) da Fonte em função do seu grau de Evolução.

Uma vez recebida toda a informação evolutiva (a irradiação é constante, não dependendo de tempo ou espaço), ela é irradiada para a sua Alma ou poder pensante.

Se houver poder pensante, ou seja, ânima, equilíbrio psicoemocional, presença no mundo real, as condições de assimilação pelo CORAÇÃO serão as ideais, que se encarregará de irrigar /irradiar as informações evolutivas para todas as células, órgãos e sistemas do organismo vivo.



Autoria: *Conceição Trucom
http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/c.asp?id=09173#


*
Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para o bem-estar e qualidade de vida.


sábado, 3 de outubro de 2009

CIÊNCIA, RELIGIÃO E DESENVOLVIMENTO



CIÊNCIA, RELIGIÃO E DESENVOLVIMENTO –PERSPECTIVAS PARA O BRASIL

Encontramo-nos além do auge da modernidade e de seu projeto iluminista. Vivemos hoje o declínio de um sonho de prosperidade. De um lado, pessoas com abundância de conhecimento, tecnologias e bens de consumo. Do outro lado, miséria, fome, condições desumanas de existência. Por todos os lados, pessoas com a alma fraquejada, exaustas de violência, solidão e medo. Um Brasil repleto de agressão – dos assaltos, seqüestros, empregos, capitalismos, competições predatórias. Temos um humano isolado do mundo, dos espaços e das outras pessoas – que não se olham nas ruas, não conversam nos elevadores e não existem uma para a outra. A humanidade está doente, repleta de incertezas e cobranças provenientes de um dever-ser impossível. Vivemos em uma sociedade que anseia por um humano-máquina, o super-humano. Será isso desenvolvimento?


Tanta racionalidade não foi capaz de enxergar que a espiritualidade acaricia a alma, dá sentido à vida e às relações. Tanta racionalidade não soube cuidar da humanidade, da nobreza de cada pulso de vida no universo. Surgem então as perguntas: o que é a verdadeira prosperidade? O que é o desenvolvimento? Como traçar um plano de desenvolvimento no século da globalização e pós-modernidade; século também do aumento da pobreza mundial, da África dizimada, do sectarismo e da contenda religiosa?



DESENVOLVIMENTO


“O ser humano já não agüenta mais tanto desenvolvimento.”1


O projeto desenvolvimentista construído após a Segunda Guerra Mundial e aplicado em diversos países por todo o mundo mostra suas falhas e pede uma reestruturação. O progresso científico e tecnológico tal qual estão colocados hoje no mundo não correspondem aos anseios de uma vida digna e ética para todos os seres humanos. É necessário perceber que o desenvolvimento individual e da humanidade andam juntos e complementam-se. O atual conceito de desenvolvimento, aplicado em diversos projetos ao longo da segunda metade do século XX, pressupõe que o valor das pessoas está relacionado à quantidade de bens que ela consegue acumular. Ao colocar o desenvolvimento sob o foco da apropriação de bens, além de trazer a idéia de inclusão e exclusão, construiu-se a idéia de que apenas se atinge a felicidade com a conquista de muitos bens materiais.


Mas ao seguir por esse caminho, a humanidade fragmentou-se, supervalorizou a razão e deixou de lado o sagrado, empobrecendo-se em sua realização no mundo. Desde o advento do paradigma Iluminista de racionalidade e materialismo, as sociedades esqueceram-se da complexa rede de relações do ser humano com o universo; esqueceram-se também de prover as pessoas de alguns de seus direitos essenciais. Isso porque o Iluminismo possui uma lógica excludente, que rejeita visões de mundo que apontem caminhos diferentes dos seus, construindo, como conseqüência, um mundo repleto de contradições profundas.


Essa forma de estar no mundo implica descaso preocupante com os outros humanos e com todos os outros seres – a lógica do “eu por mim mesmo”. E solidão. Desrespeito. Desigualdades. Sofrimentos dos mais variados tipos. Onde está a nobreza inerente a cada ser humano? Ofuscada pelo materialismo. Onde se encontra a humildade de sentir-se parte de um todo tão complexo quanto inexplicável? Esquecida por uma razão arrogante.
Acontece que a própria ciência tem percebido que não dá conta de tudo e começa a abrir espaço para outras vozes explicarem fenômenos que vão além dos cinco sentidos. E assim deveria caminhar o desenvolvimento: percebendo que não basta apropriação material para o bem-estar. É preciso expandir a consciência para a complexidade da vida, respeitando a sacralidade de cada ser e agindo como uma parte de um todo, ou seja, respeitando os espaços, vozes e vidas. É nesse sentido que é mister o exercício da espiritualidade para uma noção de desenvolvimento mais ampla.


Para isso, precisamos ir além da perspectiva histórica do desenvolvimento e da relação entre ciência e religião propostas pela hegemonia ocidental, etnocentrismo e positivismo. Não se trata de negar esses pontos de vista, mas os compor com outros, formando uma teia complexa, em que cada fio, representado por uma etnia, modo de vida ou filosofia, afete positivamente o bem-estar de toda a humanidade. Transformar o relacionar-se com as pessoas, espaços e seres uma arte: a do tear.


Tecer saberes como fios: transdisciplinaridade. No paradigma moderno, impera a visão mecanicista, que valoriza a especialidade e a divisão do conhecimento em disciplinas e relega ao ostracismo a experiência sublime, a interioridade, a subjetividade e a consciência. A modernidade esqueceu-se de que ciência e religião são dois caminhos clássicos de apreensão da realidade, cuja diferença é marcada pelo diferente funcionamento dos dois hemisférios do cérebro. O esquerdo é responsável pelo funcionamento da sensação e razão. O direito, da subjetividade e arte. Ao valorizar muito mais um hemisfério, nos fragmentamos, em um processo esquizofrênico, perdendo a noção de o que é inteireza. Um desenvolvimento preocupado com o todo do ser humano leva em conta a questão material, por meio da economia, a questão psíquica, através da política, e a questão noética(2) , a partir do exercício da espiritualidade.


Falar em desenvolvimento fugindo da lógica tradicional implica defender o envolvimento. O humano envolvendo-se mais entre si e com o mundo. Desenvolver a alma: atentar-se para a qualidade do sentimento, do pensamento, do relacionamento, do coração. Que tal ter como indicador de desenvolvimento a qualidade das relações humanas, como a verdade dos sentimentos, a força dos valores humanos, o grau de unidade dos membros de uma sociedade, a igualdade entre as etnias, a promoção da condição das mulheres? Um desenvolvimento que valorize a Sabedoria.



Diferenças


“(…) temos que considerar a história de toda a civilização independentemente de terem a sua história e suas culturas legitimadas socialmente por civilizações dominantes.”3


Quando falamos sobre desenvolvimento, pensamos no paradigma da sociedade européia ocidental e branca, marcado pela história e cultura desses povos. Entendemos como desenvolvido o que é branco, o que não é “subdesenvolvido” ou “em desenvolvimento”, o que consome toneladas de tudo que vê pela frente e que tem condições de desfrutar de valores da ciência. Desenvolvimento com o eterno estímulo: “vamos lá! Avancem!”.


Se por um lado analisar a questão do desenvolvimento passa por várias linhas dessas culturas, pois sua hegemonia política e econômica marca a vida de grande parte da humanidade, não podemos nos esquecer dos outros povos e suas dinâmicas, histórias e valores para melhor ampliar esse conceito.


Não nos esqueçamos das populações africanas, asiáticas, ameríndias e tantas outras. Como elas pensam o desenvolvimento? Como elas articulam saberes religiosos, técnicos e científicos? Como são suas relações sociais? A idéia de que o cientificismo rompeu com o dogmatismo religioso ocorreu apenas no âmbito europeu e branco. Nas comunidades negras, africanas, asiáticas, etc, isso não ocorreu. Nem todas as sociedades percebem religião e ciência com pólos opostos; pelo contrário, é possível entender a religião como prática estimulante da ciência. Essa contraposição dos dois fragmentos é muito mais nítida no Ocidente europeu medieval e moderno.


Ao colocar o ponto de vista europeu no centro da discussão reforçamos o risco de perder a dimensão sagrada de outras religiões. Devemos aprender com outros povos os valores que eles trazem como contribuição ao processo de desenvolvimento. No Brasil, a colonização, que perdurou por séculos, trouxe tanto a religião quanto a ciência como saberes impostos, inferiorizando e discriminando o conhecimento e cultura indígena e africana.


Por isso, para se pensar desenvolvimento, é fundamental considerar a população de origem africana, assim como outras igualmente não hegemônicas, pois elas possuem um legado civilizatório original, que se reflete em sua espiritualidade, visão de mundo e forma de expressão. Esse segmento da população tem grandes contribuições para a construção de um conhecimento que vise solucionar os problemas sociais brasileiros.


Devemos aprender com outras culturas suas idéias sobre desenvolvimento tanto para aprimorarmos esse conceito em nossas realidades, quanto para conseguirmos pensar em projetos de políticas públicas que realmente respeitem a comunidade beneficiada. Os atuais programas não levam em conta a definição de desenvolvimento da população atingida, reforçando os modelos eurocêntricos e dificultando a reafirmação de outros modos de vida. É preciso parar e olhar o outro, criando uma cultura política de solidariedade e de valorização de todos os seres humanos. No Brasil, onde a cor da pobreza é negra, é fundamental pensar em novos eixos de percepção que saiam da atual visão de desenvolvimento.


Temos muito – e sempre – o que aprender. Escutemos outras vozes e as reconheçamos como legítimas. Entender os próprios valores como os melhores e inquestionáveis é um exercício de fechamento para o mundo. Infelizmente, foi isso que boa parte dos programas desenvolvimentistas fizeram. Ao colocar valores de racionalidade e materialismo como superiores, eles ignoraram o anseio humano pela transcendência e pelo aprimoramento da qualidade de relação entre as pessoas, esquecendo-se de que para a maior parte da humanidade, a natureza tem uma dimensão espiritual. Por isso, é importante ampliarmos o conceito de desenvolvimento e lembrarmo-nos de que a atual significação tem negligenciado os principais interessados: as pessoas no processo de desenvolvimento.



CIÊNCIA


“O compromisso com o conhecimento precisa ser uma aventura radical, pois ele é um convite a uma contínua abertura e investigação, e ao desfrute saboroso das descobertas.”4


Apesar de não conseguirmos apreender a realidade de forma completa apenas com o uso da razão, ela é muito importante para o desenvolvimento. É com o uso da razão que o radicalismo religioso é questionado e outras vozes podem então se manifestar. Foi o racionalismo iluminista, por exemplo, que questionou o dogmatismo religioso medieval e possibilitou a emergência de outras relações sociais, econômicas e morais na modernidade.
Mas devemos separar as coisas: não se pode confundir ciência ou religião em seu estado conceitual com os usos ideológicos que se fazem delas. Tanto o amordaçamento da ciência pelas religiões como a negação das religiões pelas ciências refletem a luta pelo controle das idéias e comportamentos. O paradigma moderno reprimiu a experiência do sublime em nome de algo confusamente chamado de ciência. Vivemos hoje a ditadura da ciência: o que tem valor, o que não é subdesenvolvido, o que faz sentido é a verdade da ciência. A base da ciência moderna é o desejo pelo controle. Coordenar ações é uma qualidade inerente ao racionalismo. Controlar cegamente é sua doença.


O mau uso da ciência e da racionalidade pode ser tão perigoso quanto o extremismo religioso. Portanto, a ciência deve servir como uma ferramenta para maior conhecimento do mundo e não como arma para manter certo discurso no poder. Devemos usar a racionalidade para ressignificar o papel da religiosidade e conferir um sentido mais profundo aos ritos, e não usá-la como tem sido feito: para execrar as outras potencialidades humanas, como a espiritualidade e a sensibilidade.


O conhecimento é uma experiência instigante, que organiza de forma efetiva nossas experiências cotidianas. Todo conhecimento é autoconhecimento, pois, ao conhecer, estamos mergulhando no entendimento de nossas relações constituintes. Por isso, não basta ter ciência, mas viver com ciência, incorporando-a às nossas vidas, aprendendo a cada dia nossas relações com o mundo. O papel do conhecimento é, portanto, proporcionar o reconhecimento da nobreza de todos os seres humanos e não humanos. E essa nobreza deve ser reconhecida no cotidiano. O conhecimento não é algo que se possui como um bem material; ele é algo transformador. A pessoa deve ser conhecimento, tomá-lo como repertório da vida. Por isso é importante pensarmos sempre a serviço de que e de quem o conhecimento foi construído. A ciência institucionalizada não tem capacidade de transformação, pois ela está a serviço de poucas pessoas. Pensemos, pois, uma ciência com compromisso social. Hoje, a ciência nos parece estéril de humanidade. Falta espiritualidade para orientá-la…


Devemos estar sempre atentos para a institucionalização do conhecimento, pois ela enrijece a leveza do pensamento. Uma vez que o conhecimento se transforma em instituição, ele por vezes perde seu sentido original, pois busca então a reprodução infinita de seu discurso, cristalizando-se para manter-se no poder. Onde fica a curiosidade, o olhar sobre o mundo, o constante questionamento, a criatividade de produzir mais –e sempre –novas narrativas? Poderá o conhecimento científico ser institucional e ainda sim manter sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento humano?


Um apontamento: diálogo de saberes, uma mutação consensual: abertura da ciência tradicional e da religião tradicional. Humildade das ciências em perceber as limitações de suas contribuições. Quanto mais simples e mais consciente da particularidade de seu papel, mais a ciência tem a contribuir, pois responderá ao que lhe cabe, respeitando os outros saberes. Colocar, portanto, a razão a serviço de um entendimento maior da realidade, incorporando-a como parte do universo que a gerou.



RELIGIÃO


“A religião e a religiosidade podem ajudar a concretizar a expressão da vontade de mudança na sociedade.”5


A espiritualidade dá respostas em um outro nível de explicação, para a junção dos saberes e compreensão do mundo. A expressão espiritual abre espaço para a realização do indivíduo como bem mais precioso da humanidade. Ela também induz no ser humano profundo respeito por tudo, pois, ao ligar seres e coisas através do sagrado, ele entende sua posição no mundo como alguém que compartilha a vida, exercitando, assim, a humildade. O respeito à transcendência não é só uma questão de fé, mas de acolhimento, reconhecimento e cultivo do melhor de nós mesmos.


A quebra de paradigmas, por meio da globalização, tende a cindir as pessoas, deixá-las perdidas, sem rumo. A espiritualidade tem o papel de construir valores comuns para a sociedade, reconhecendo a nobreza e sacralidade de cada ser humano, e dando um sentido mais profundo à vida. Por isso a prática espiritual implica a aplicação cotidiana de seus valores; não pode cair só na repetição dos ritos.


Nesse sentido, é importante diferenciar religião de espiritualidade. É a espiritualidade que une, liga e re-liga e integra Enquanto a religião é um grupo ou instituição em que as pessoas exercitam juntas a espiritualidade através de valores, crenças e normas comuns, a espiritualidade é a manifestação individual dessa característica humana.


Temos, por um lado, pessoas que optam pelo exercício individual da espiritualidade, mostrando aos outros diferentes formas de lidar com a realidade; e por, outro lado, pessoas que optam pela inserção em um grupo ou instituição, dentro do qual compartilham valores e normas comuns. De um lado, a maleabilidade da não institucionalização; do outro, a força da união de um grupo. Tanto uma forma quanto outra auxilia, com suas peculiaridades, na construção de um novo paradigma civilizatório.


Dois problemas que encontramos hoje são o fanatismo e o dogmatismo religiosos, que impedem que outras vozes se pronunciem. Esse extremismo, ao invés de trazer a função original da religião ( a de religar), torna-se um espaço massacrante e despotencializante. Todas as religiões são derivadas do amor em movimento, da força e da chama do sagrado, mas elas podem se transformar em uma espécie de “latifúndio do sagrado”, movimentando-se em um “materialismo religioso”, dominando e alienando rebanhos.


Nos últimos anos, grande parte das guerras que ocorreram no mundo foi por motivos religiosos. A religião pode revitalizar a dimensão humana da espiritualidade, mas não necessariamente gera um modo de ser mais solidário e compassivo. Por isso devemos usar o espírito crítico, a racionalidade, para que a religião não se desvirtue para jogos de poder. Assim como a ciência, a religião deve estar aberta para ser contestada por outros grupos. Isso cria o diálogo e a possibilidade de caminharem juntos. Proponhamos, portanto, às religiões e tradições espirituais fechadas em si mesmas o teste da ética universal: estarão elas infringindo os impulsos da espiritualidade humana, relativos à solidariedade, cuidado e compreensão?


Ao mesmo tempo, a institucionalização da espiritualidade através da religião cria um espaço de convivência, aprendizado e construção de valores comuns. A religião pode proporcionar a auto-estima necessária para o aprendizado e atuação e para a construção de uma identidade coletiva positiva. Ela também proporciona a criação de uma rede de solidariedade em uma comunidade, incentivando, assim, uma atuação cidadã. O universo religioso facilita, nesse sentido, a expressão de valores culturais mais autênticos de certos grupos sociais. É o caso das Casas de Santo. Há situações em que a economia da cidade gira em torno do turismo gerado pelo candomblé. E as Casas de Santo, além de gerarem e dividirem a renda, funcionam como creche, abrigo para mulheres violentadas pelos maridos e possuem considerável representatividade política.



Religiões no plural


“A experiência de viver a fé em uma “aldeia global” exige que os diferentes ensinamentos religiosos saibam responder às situações que ameaçam a paz e a justiça. (…) É preciso que todas as religiões façam um exame de autocrítica com respeito a certas práticas de educação religiosa que têm favorecido as divisões e inclusive a repressão.”6


“Para se construir uma sociedade harmônica e vitalizada, devemos valorizar e não massacrar as diferenças (…)Se a religião for oprimida, no mesmo sentido, perde-se a contribuição que ela pode dar ao somatório social.”7


Religar, enxergar a nobreza de todos os seres humanos é compreender as diferenças. Não basta a condescendência do “eu respeito, mas bem longe de mim”. É necessário diálogo entre as diferenças e a eterna abertura para o aprendizado. Não se trata de homogeneizar as culturas e valores, tampouco seguir a lógica do “cada um na sua”. Trata-se de alegrar-se com a alteridade, pois ela é uma rica fonte de aprendizado, aprimoramento de si e autoconhecimento. Mas é igualmente importante questioná-la para permitir que os outros também se aprimorem. É apenas com o diálogo sincero que é possível relacionar-se com respeito e amor.


Ao falar em religião, logo lembramos das grandes tradições monoteístas, e então reduzimos nossa capacidade de compreensão e de criação sobre a questão religiosa. É necessário considerar outras experiências religiosas que não as hegemônicas, como a vivência espiritual dos negros e indígenas. É também preciso respeitar as contribuições que as religiões podem dar ao somatório social.


No Brasil, a experiência religiosa dos povos da floresta, por exemplo, pode nos ensinar uma forma diferente de entender nossa forma de estar e se relacionar com o mundo. Esses grupos indígenas pensam a natureza de forma criativa (no sentido de estar continuamente criando), usando-a para simbolizar sua realidade social. Diferentemente ocorre na modernidade ocidental, em que a chave das relações está na lógica da produção. Nessa lógica, enxergamos apenas um pólo – o nosso – e entendemos o outro pólo como objeto passivo, passível de exploração. Esses grupos, pelo contrário, unem espírito e matéria. Para eles, tudo o que existe é vivo, ativo, capaz de partilha, recíproco e, portanto, relacional. Aprendamos com os povos da floresta para pensarmos em um eco-desenvolvimento, abandonando o ponto de vista antropocêntrico e enxergando-nos como parte que interage e troca com o mundo.



VALORES UNIVERSAIS


“(…) somente mata o outro, somente viola, exclui o outro, aquele que não se conhece, porque se conhecer é se conhecer na relação, na vinculação com o outro.”8


“Ousaria afirmar que a sociedade padece de credibilidade em si mesma porque os seres humanos ficaram impróprios.” 9


Falamos em articular ciência e religião para uma nova concepção de desenvolvimento. Mas de que religiões e de que ciências falamos? Como não calar vozes minoritárias ou enfraquecidas, impondo a toda a humanidade os discursos das instituições mais fortes? É necessário, pois, estabelecer valores universais para que, apesar das diferenças, todos os humanos possam caminhar juntos em prol de um projeto maior: o desenvolvimento global. Nesse sentido, por exemplo, tanto os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda que sofram a crítica de terem marcante viés ocidental e liberal, quanto os valores contidos em diversas escrituras sagradas de todo o mundo defendem posturas semelhantes em relação à humanidade.


É preciso resgatar e exercitar uma potencialidade humana latente: o respeito às pessoas. É necessário desenvolver uma cultura solidária, que observe e cuide tanto de seus direitos como dos direitos dos outros. Para isso, devemos sempre estar atentos para a nobreza de cada ser humano e respeitosos com suas limitações. O desafio é o encontro com o âmago da verdade dos outros. Ciência e razão para conhecer e questionar. Religião e espiritualidade para sensibilizar-se além dos cinco sentidos, para desenvolver a humildade de reconhecer-se como parte de um todo incomensurável e assim perceber o propósito de nossa caminhada humana.


Criar uma nova ética, baseada no autoconhecimento e na consciência de si e dos outros. Criar uma nova lógica e não buscar um resgate romântico do passado. Não é o caso de reforçar a moral, pois uma nova ética exige uma nova ótica. Uma ética do pertencimento, em que as diferenças possam existir e interagir com respeito. É preciso investir em uma ótica de união, ligação e sinergia com a Terra e com os que nela habitam. Precisamos ver o homo ludens, homo demens não como um descanso nos intervalos do período de trabalho. A esfera do lúdico, mítico, mágico e poético é tão importante para o desenvolvimento humano quanto a técnica, o trabalho e a racionalidade. Lembrar-se do ser humano não só pela sua capacidade de produção, como ele tem sido visto hoje, mas também como ser de relações ilimitadas, criativo, terno, sensível e com espiritualidade.
Nesse sentido, a ética do futuro deve trabalhar a humanização da humanidade; a valorização das qualidades associadas ao feminino; a capacidade de obedecer e guiar a vida; a unidade através da diversidade; a solidariedade; e o exercício de reconhecer ao outro o direito de não ser. Aprender com a sustentabilidade da natureza, que nos ensina que para manter-se vivo é preciso do apoio de toda uma comunidade de seres diversos. Compreender o princípio da ecologia, que mostra que a vida não surgiu através da competição, mas sim da cooperação.



OS PASSOS PRÁTICOS


“A felicidade, então, é uma das maneiras como poderemos chamar aquele estágio em que uma pessoa realiza, de forma plena, seu potencial.” 10


“O grito dos excluídos, além do medo, angustia a todos.” 11


É necessário um novo paradigma de humanidade, em que se estabeleça o mínimo e também o máximo de bens que uma pessoa deve possuir, pensando, assim, na condição coletiva. Essa mudança pode ocorrer por medo de se perder o que tem ou por solidariedade, ao indignar-se com a injustiça social. Ou a sociedade assume a solidariedade, impulsionada pelo binômio espiritualidade/ religiosidade, ou será dominada pelo medo. No caso do Brasil, é preciso uma mudança do rumo do investimento social. Atualmente, o investimento público brasileiro está voltado para a classe média, com a criação de empregos e redução de custos de produção de capital, ao invés de investir na melhoria das condições dos mais pobres. Todo o investimento para a redução da pobreza está relacionado à minimização das mazelas, em uma lógica assistencialista, sem que de fato se empodere o pobre a promover a sua mobilidade social.


Uma nova noção de desenvolvimento implica um novo sentido ao trabalho. Fazer do serviço o viço do ser. Trabalho para dar aos outros o que se tem de melhor. Por isso, as pessoas têm de respeitar sua vocação, para que possam executar suas atividades com amor e felicidade. É preciso também mudar a valoração do trabalho: hoje, por exemplo, os serviços domésticos são inferiorizados; já os voltados para a guerra, são valorizados.



Justiça e Governança


“Ser solidário é lutar por um direito que não é seu.”12


Outro pilar a ser ressignificado é a justiça e a governança. Dar à justiça uma lógica coletiva, ao invés da lógica individualista que temos hoje, permitindo a todas as pessoas dignidade e liberdade para agir. Incorporar uma perspectiva espiritual à prática da cidadania e ampliar, então, o sentido de justiça.


Mudar a noção atual de governo: menos centralizado, que disponibilize recursos às comunidades locais e deixe-as agir com independência. Menos estados centralizados e mais unidades básicas de gestão pública. Ampliar os espaços comunitários e dar-lhes voz para as tomadas de decisão, formando conselhos e parlamentos mais orgânicos. As questões básicas de vida deveriam ser discutidas em todos os níveis de decisão e gestão. Devemos participar mais e deixarmos de ser tão representados. Para isso, é preciso a busca do empoderamento, e não a espera para que nos seja concedido o poder. Empoderamento não pelo confronto, mas pela conspiração: aceitar a realidade para, ao se alinhar a ela, ter plena energia e entendimento para transformá-la. As mulheres, por exemplo, ao lutarem para ter mais voz e poder e ao conquistarem esse direito modificaram toda a sociedade.


As religiões podem ter um papel importante nesse sentido, uma vez que proporcionam a seus participantes sentimento gregário e elevada auto-estima. Por outro lado, as religiões podem dificultar esse processo, se sinalizarem uma opção por uma cultura paternalista, em que os cidadãos buscam um salvador da pátria, um protetor a quem devem obediência. É importante que a população brasileira aprenda a cobrar dos governantes, pois não existe um líder perfeito. . Enquanto cidadãos, temos de ter consciência de que o desenvolvimento também depende de nós e não só dos nossos governos. Para toda essa mobilização, a população tem de ser bem informada e bem formada. Uma nova educação torna-se necessária para uma nova humanidade.



Educação


“As pessoas estão querendo novamente que lhes ensinemos valores mais simples (…) porque elas estão em um processo tão alucinante que não sabem mais como abordar e vivenciar o dia e dormir.”13


É necessária uma revolução cultural e não só educacional. Como romper uma cultura paternalista como a do Brasil, por exemplo, sem rechaçá-la? Precisamos compreender que todos os seres humanos têm um projeto de felicidade a realizar, para, então, compreendermos que devemos valorizar uns aos outros, compartilhando um destino comum e valores como solidariedade e compaixão.


Como utilizar a educação para essa revolução cultural? Uma possibilidade é incluir o ensino da espiritualidade nas escolas. Lembrando-se de que religião é diferente de espiritualidade: ensinar não os dogmas e especificidades de uma religião, mas sim desenvolver nos alunos a inteligência emocional e espiritual, colocando alma nas escolas. O racionalismo científico foi muito ingênuo achando que conseguiria entender o cérebro sendo uma parte dele – são necessárias outras inteligências para entendermos a psique. Incluir o desenvolvimento da inteligência onírica, emocional e espiritual no cotidiano escolar. Educar para conhecer, fazer, conviver e ser. Colocar em todas as nossas ações e pensamentos a transdisciplinaridade, unido o efetivo ao afetivo, a razão ao coração, a análise à síntese, o intelecto ao espírito, o masculino ao feminino.


Mas devemos ter cuidado ao usar a palavra “transdisciplinaridade”. Não se trata de misturar tudo, mas sim utilizar cada ferramenta que temos em mãos. A ciência tem seu caminho: o analítico; bem como a religião possui o seu: o sintético. Um complementa o outro, mas não precisam ser misturados; o ser humano precisa de ambos, como duas pernas necessárias para a locomoção.


Mesmo sem modificar tanto a estrutura das escolas, uma pequena transformação já surte efeitos: permitir que as diferenças sejam ouvidas e respeitadas no colégio, que colegas de turma possam ser diferentes sem serem excluídos ou ridicularizados, que as diferenças aprendam entre si com a convivência diária.



Integrando o saber popular ao conhecimento científico


Uma outra proposta, voltada para a relação entre governo, comunidade e universidade, é a criação de um Centro de Excelência, em que os programas sociais fossem integrados à realidade da comunidade, possibilitando o empoderamento da população daquele local e a construção de um conhecimento que reconheça a inter-relação entre as aspirações materiais e espirituais das pessoas envolvidas, valorizando o saber popular e integrando-o ao conhecimento científico. Esse centro teria uma estreita relação com as universidades da região, demandando do saber acadêmico a atenção às realidades locais e à prática cotidiana das comunidades.


As mudanças de paradigmas educacionais, independente de como foram definidas, devem transformar os alunos em exemplos vivos de modos de vida possíveis e transformadores. Começar, mesmo que com poucos (pois há uma grande dificuldade em se mudar paradigmas) que sirvam de exemplo e multipliquem os novos valores no cotidiano. Realizar uma pedagogia do fazer, do ‘ensina-me a viver’. Ao mesmo tempo, ter sempre consciência de que os novos valores também são passíveis de questionamento, aprimorando, assim, e sempre, o conhecimento, em um processo contínuo de ação e reflexão.



CONSIDERAÇÕES FINAIS


“O momento que vivemos pode ser visto nesta metáfora que aprecio muito: ‘a lagarta já morreu e a borboleta ainda não nasceu’.” 14


“A sustentabilidade individual depende da sustentabilidade das comunidades da qual a pessoa participa.” 15


A relação ciência, religião e desenvolvimento passa por novas propostas de pensar a realidade, e as políticas para o desenvolvimento. Neste particular, a educação ganha nova dimensão enquanto um processo gerador de ciência, de desenvolvimento e de abertura para compreensão das dimensões religiosas existentes sob diferentes formas no ser humano. A relação entre ciência, religião e desenvolvimento tramita sempre entre o real e o ideal, o material e o imaterial; ela também toca na auto-estima, autoconfiança, valorização pessoal e social, não discriminação, busca por igualdade e exercício da cidadania para a melhoria social.


Ao aprender a conectar-se com o mundo, com seus seres e espaços, o ser humano sente-se parte de um todo e, portanto, responsável por suas ações. Os valores deixam de ser moral enrijecida para se tornarem ética construída no cotidiano, consciência. O fazer político muda, a partir de então. As pessoas tornam-se ativas, porque responsáveis e participantes. Para isso, devemos construir uma civilização de base materna, que abriga, acolhe, cuida, respeita, ama. Interação ao invés de integração. Sair do modo de vida excessivamente masculinizado que o cientificismo propôs. Mais carinho, intuição, estética.
Mudar implica desapego de conceitos. Transformá-los ou criar outros. Assim como a si, pois o indivíduo é uma construção dinâmica, tanto de células e órgãos quanto de subjetividade. Por isso é preciso aprender sempre. Conhecer os grandes mestres e líderes religiosos – exemplos da aplicação viva de valores no cotidiano. Questionar, observar, sentir, construir, reformar. Religião na vida. Existência com-ciência. É preciso que a ciência desça do pedestal e que a religião promova a percepção da coletividade e a busca da humana-unidade.

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1 CORRÊA, Rosângela. In: EGHRARI, Iradj Roberto (org.). Ciência, Religião e Desenvolvimento –perspectivas para o Brasil. São Paulo, Ed. Planeta Paz, 2005, p. 322.


2 Termo ainda pouco conhecido, “noética” refere-se a uma forma de consciência intuitiva, capaz de acessar direta e imediatamente o conhecimento que vai além daquele acessível à nossa racionalidade.

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Fonte:
www.cienciaereligião.org.br/2007/7/

Imagem:
sinapseslinks.blogspot.com/2009/9/