quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Desapegando-se da Raíva














Em seu crescimento, não tenha medo de despertar a raíva de outra pessoa. A raiva é apenas uma manifestação da insegurança dela. Mas temer essa raíva pode inibí-lo.



"A raiva está enraizada no julgamento. Queremos enquadrar os outros em algum padrão que, de alguma forma, fantasiamos, escolhemos e impomos. As pessoas podem nem mesmo ter consciência desses padrões, mas isso não importa para nós.

Frequentemente as pessoas ficam com raiva porque não correspondemos às suas expectativas. essas expectativas podem ser tão irreais, que nunca nos será possível satisfazê-las.

(...)

Traumas na infância produzidos pelas expectativas irracionais dos pais são curados com muita dificuldade. É preciso compreender que o pai (ou a mãe) estava errado ou obcecado por uma ilusão, e essa tomada de consciência não pode ser meramente racional. O coração e as entranhas deve absorvê-la também.

Com delicadeza, faça-se essas perguntas e, sem julgar nem criticar, observe os pensamentos, sentimentos e imagens que vêm em sua consciência.

Quais eram as exigências e expectativas irracionais de seus pais em relação à você? Será que eles queriam descobrir quem você era, ou só sabiam o que queriam que você fosse? Será que eles tentavam viver e realizar seus desejos através de você? Usavam você para impressionar os outros?

Se você sente muita preocupação com as opiniões alheias é sinal de que usaram você desta maneira. Volto a insistir: procure não se importar comq ue os outros pensam a seu respeito, se estiver fazendo o que lhe parece certo ou estiver exercendo sua vontade sem prejudicar ninguém. Livre-se dessa dependência.

A culpa é uma maneira de ter raíva de si, uma forma de voltar a raíva para dentro. De alguma maneira você não correspondeu às expectativas que idealizou dentro de si, uma forma de voltar a raíva para dentro. De algumamaneira você não correspondeu às expectativas que idealizou a respeito de si e desapontou-se com isso.

A raiva é uma defesa do ego, uma defesa contra o medo. Medo de sofrer humilhação, constrangimento, desvalorização, zombaria, medo de perder prestígio, medo da derrota. Medo de não conquistar seu próprio espaço.

Pensamos às vezes que a raiva nos protege contra os outros, contra aqueles que nos fariam mal, contra os que também sentem raíva de nós. Mas a raiva é uma emoção perniciosa e inútil. É sempre dissolvida pela compreensão e pelo amor. (...)

Quando uma emoção negativa é compreendida e descobrimos suas causas, a energia que está atrás da emoção diminui e até desaparece. Quando sentir raiva, a medida mais saudável é parar, respirar fundo algumas vezes, tentar descobrir o motivo da raiva, procurar resolver a situação e desapegar-se da raiva.

Todos estamos ligados. remamos no mesmo barco.

Existe frequentemente tristeza por baixo de nossa raiva, como se esta fosse um casaco que protegesse nossa vulnerabilidade e desespero . Você já reparou que pessoas apaixonadas são ao menos sujeitas a sentir raiva? Elas parecem estar em outro ritmo, do qual a raíva não faz parte. Nem a tristeza. O ritmo do amor pertence a uma espécie diferente, e as ervas daninhas da raiva do desespero não conseguem crescer por lá.

Quando estamos com raiva, provocamos danos químicos em nosso corpo, que afetam a parede de nosso estômago, nossa pressão sanguínea, os vasos sanguíneos do coração e da cabeça, nossas glândulas endócrinas, nosso sitema imunológico, e assim por diante. Mesmo assim, a despeito dessas consequências de ordem física e emocional , nos deixamos tomar pela raiva com muita frequência sem buscar dissolvê-la.

Além disso, a raiva não é um instrumento eficaz para resolver qualquer questão. Ela perturba a clareza do raciocínio, afeta a tomada de decisão, inviabiliza nossa argumentação e cria uma predisposição negativa no interlocutor.

Mas, apesar disso tudo, empreendemos poucos esforços para afastar a raiva. Somos uma espécie bastante teimosa.

(...)

A raiva deveria ser evitada e não encorajada pois ela provoca guerras e sofrimento. A raiva nos destrói, seja por meio de nossa química interna, seja por balas disparadas pelo inimigo.

A compreensão e o amor dissolvem a raiva.




Autoria: Brian Weiss
Livro: A Divina Sabedoria dos Mestres


Imagem: Internet

6 comentários:

Jorge disse...

Lia, belo texto!
A raiva acima de tudo nos lesa, e assim acabamos lesando o outro. Ter raiva ou ter medo da raiva dos outros mostra ainda como somos fracos e inseguros.
No entanto, acho que a vida aíestá nos testando para buscarmos aprender a lidar com nossas fraquezas.

Um beijo, com muito carinho,
Jorge

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Adélia. Quanto mais nos descobrimos, quanto mais passamos a desenvolver nossas potencialidades, reconhecendo nossos valores e nossa beleza única, mais seguros nos tornamos, de maneira que a raiva, o ressentimento e a mágoa não encontram alicerces para sua instalação.
Aquele que se ama e valoriza não se magoa facilmente. Dessa forma, trabalhar pelo desenvolvimento de nossa auto-estima é o melhor antídoto para evitarmos o acúmulo do lixo mental dos ressentimentos e mágoas, sentimentos esses que são o produto direto da repressão da raiva. Beijos.

Psico?lógico! disse...

Oi Adelia!

Obrigada pela visita em meu blog e pelo delicado comentário.
Seu blog também é lindo e aborda assundo interessantes.
Já coloquei vc no meu link de blogs.
Enorme beijo.

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Maria José, sigo sua mesma linha de réflexão. Quanto mais centrados, melhor podemos visualizar e compreender o universo do outro. Isto, auxilia muito em não nos indispormos internamente, com sentimentos nocivos. Beijos.

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Jorge, exatamente, a vida é muito generosa e sábia para com todos. E para cada um, o aprendizado necessário. Beijo Afetuoso.

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Psico, agradeço minha inserção em sua listagem de blogs. Beijos.