Certas escolas asiáticas de artes marciais atribuem importância às intenções. Para elas, a sensação de estar sendo observado se encaixa nesse contexto mais amplo.
A intenção têm uma relação íntima com o direcionamento da "energia vital", a tradução que se dá para o termo que, na língua chinesa, é transliterado por ch'i ou qi, e, na japonesa, por ki. Num dos clássicos do tai chi, esse fato se expressa no dito de que "A intenção dirige o corpo. Um praticante britânico o expressou da seguinte maneira: "Esse nível sutil e delicado da intenção é capaz de sensibilidade e flexibilidade; encontra o ângulo correto para um arremesso ou um soco, percebe os pontos fracos do adversário e explora a linha de menor resit~encia. Nesse caso, a vontade é comparável a uma antena amental que se projeta para fora e explora o terreno, como se, antes da execução da técnica, tivéssemos de executá-la primeiro na imaginação."
O outro lado da moeda é a consciência dessas intenções por parte da pessoa a quem se dirigem. As intenções do adversário não sãod etectadas somente pela observação dos movimentos do corpo e por outros sinais sensoriais, mas também por uma percepção do fluxo do chi. Em várias escolas de artes marciais chinesas e japonesas, os praticantes fazem exercícios nos quais, vendados, procuram descobrir quando e onde um adversário vai atingi-los. No exercício seguinte, a pessoa vendada fica no meio de um círculo de colegas.
Num determinado momento, um dos que estão em roda, escolhido de antemão, começa a alimentar pensamentos hostis contra o que está no meio. Levanta lentamente um braço, os dedos na forma de um revólver, como se fosse "dar um tiro" na pessoa vendada. Se a pessoa sente alguma coisa, tem a instrução de gritar "Pare" e apontar para a direção da qual sentiu que vinha a ameaça. No começo não tínhamos muito êxito, mas, depois de alguns emses, estávamos cada vez melhores. Nosso mestre disse que isso não era magia e que, no começo da história da humanidade, os sentidos do ser humano eram muito mais aguçados do que são hoje em dia. Estava somente nos ensinando a recuperar as capacidades perdidas. Roger Ainsworth
Autoria: Rupert Sheldrake
Livro: A Sensação de Estar Sendo Observado
Imagem:
clubeficaz.com.br/.../
2 comentários:
Olá Adélia! Já leu Éfeso? Neste livro que li na adolescência aprendi sobre as linhas que criamos por onde andamos e com quem convivemos e ainda sobre os sentidos aguçados do homem naquelas épocas primitivas. Hjalfdar segue a história e entendemos que perdemos muito da sensibilidade. Se estudarmos e acima de tudo praticarmos, poderemos ter de volta muito do que perdemos. (Eu e meu irmão temos uma afinidade telepática que é fora do comum).
As artes orientais enfocam a concentração, a meditação e é isto que o ocidental tem de menos, nossa cultura matou tudo isto. Bom ler aqui e repensar sobre isto!
Beijos!
Muito legal esta experiência.
Mesmo que às vezes a gente não perceba, estamos sempre absorvendo energias, boas ou más dependendo da sintonia, por isto o cuidado com os pensamentos.
Beijos
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