O direito de votar e ser votada, o acesso à educação, as mesmas condições de trabalho e a mesma remuneração que os homens, tudo isso só veio à força, precisou ser conquistado. Para conseguir os mesmos direitos e as mesmas oportunidades que os homens, foi preciso protestar e organizar passeatas. Quando não havia outra saída, decretar greve, enfrentar a polícia e, em alguns casos, pagar com a vida.
A reivindicação feminina por uma sociedade igualitária tornou-se mais visível a partir da Revolução Industrial, na segunda metade do séc. XVIII. O êxodo rural fez das cidades um amontoado de cortiços. Com o inchaço das cidades, uma horda de camponeses estava à procura de emprego. Para arrumar uma ocupação, muitas mulheres tiveram de agüentar até 17 horas de trabalho diário em fábricas quentes, úmidas e mal iluminadas.
Mulheres na mira do canhão
Depois de aturar tudo isso, na hora do pagamento, o ordenado às vezes podia corresponder a menos da metade do salário de um homem. Só que a maior bandeira das mulheres foi mesmo a redução da jornada de trabalho. Em 1819, a Inglaterra limitou a jornada a 12 horas diárias, depois que as mulheres encararam, em uma verdadeira batalha campal, a polícia e seus tiros de canhão!
Clara Zetkin, homenageada em selo chinês. |
A repressão a uma manifestação feminina atingiu seu auge em 8 de março de 1857, em Nova York. Na primeira greve americana conduzida por mulheres, 129 tecelãs amotinaram-se e decidiram cruzar os braços até que a jornada fosse reduzida para 10 horas.
Com a chegada da polícia, elas se refugiaram na fábrica. Os patrões trancaram as portas e atearam fogo. Asfixiadas, todas morreram carbonizadas.
Inspirada na tragédia, a ativista alemã Clara Zetkin propôs, em 1910, a criação do Dia Internacional da Mulher. No ano seguinte, um milhão de mulheres européias foram às ruas em homenagem às operárias norte-americanas. E até hoje, as mulheres celebram o 8 de Março. Apesar de transformada em mito, a origem da data ainda desperta controvérsia entre os pesquisadores.
Incêndios de março
Eva Blay é socióloga do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações de Gênero (Nemge) da USP e diz que "o incêndio de 1857 não aconteceu". Para ela, as comemorações do 8 de Março se baseiam em outro incêndio: o da Triangle Shirtwaist Company, em 1911. A fábrica de blusas ocupava três andares de um prédio onde hoje funciona a Universidade de Nova York. Dos 600 empregados, em sua maioria imigrantes italianos e judeus, 125 mulheres e 21 homens não escaparam das chamas.
A partir dos anos 60, com o fortalecimento do feminismo, as comemorações do Dia Internacional da Mulher incorporaram outras reivindicações das mulheres, como o direito ao divórcio, ao aborto e ao exercício livre de sua sexualidade".
Fonte: Redemulher e Agência USP
2 comentários:
Feliz dia da mulher! Todo dia é dia!
Muito legal lembrar o motivo do dia 8 e das mulheres operárias. Um beijo!
Olá, querida Adélia
Vc frisou bem o nosso dia... fez até mais de um post... tenha um dia feliz também!!!
Estou oferecendo um Retiro Espiritual em meu Blog... é tempo de reflexão!!!
Seja muito feliz e abençoada!!!
Bjs de confete e serpentina de paz.
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