quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Inteligência é Flexível



"Quanto mais endurecido e inflexível, mais fácil de se quebrar diante de fortes impactos. Esta teoria –fisicamente constatável– não vale apenas para os objetos, mas, sobretudo e cada dia mais, para o comportamento humano.

Num mundo onde os produtos são perecíveis e os desejos são fugazes, a flexibilidade destaca-se como meio de sobrevivência. É a chave para a resiliência e também mote para o sucesso, tanto na vida pessoal quanto na profissional.

Fácil assimilar quando entendemos que não dá para crescer na rigidez. O crescimento, por si só, é maleável, moldável e adaptável às novas medidas e aos novos formatos. Sendo assim, inteligente é quem aprende a metamorfosear.

É notório que no mundo corporativo, a busca é cada vez mais enfática por profissionais capazes não de aceitar as diferenças inerentes a uma equipe ou um departamento, mas –acima de tudo– de celebrar essas diferenças.

Já não basta evitar os conflitos. É preciso enxergar neles uma oportunidade de promover mudanças necessárias, evoluir e se tornar melhor justamente por causa do que lhe é adverso.

Há alguns anos, desenvolvendo pesquisas sobre o que chamo de Inteligência Afetiva, constatei como é latente a falta de flexibilidade nos dias de hoje. Isso me levou a debruçar sobre uma questão fundamental e esquecida na atualidade: a gentileza. Não descobri nenhum segredo; a evidência já estava aí, porém, adormecida: pessoas gentis são flexíveis... e poderosas! Este trabalho resultou no livro O Poder da Gentileza.

É incrível como ainda há quem aposte que investir nas relações humanas não é o comportamento mais eficaz para os que ambicionam altos cargos ou grandes fortunas. Estes, certamente, desconhecem o poder da gentileza.

O Movimento pela melhoria das relações interpessoais e da qualidade de vida através da gentileza (World Kindness Movement) –cujo representante oficial do Brasil é a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV)– declara que pessoas gentis são mais valorizadas no mercado profissional, já que a qualidade das relações, a integração entre os funcionários e as atitudes de gentileza são fatores que influenciam nos resultados finais e no aumento da produtividade da empresa.

A gentileza e, por conseqüência, a flexibilidade e a tolerância, têm ainda influência direta sobre nossa saúde mental, emocional e física. A falta desses atributos na vida diária tem causado prejuízos incalculáveis a todos. A Organização Mundial da Saúde estima, por exemplo, que em 2020 a depressão será a segunda causa de improdutividade das pessoas, seguida apenas das doenças cardiovasculares.

Qual é a razão para tamanha insatisfação? Estou certa de que, em última instância, não se trata de aumento de salário ou posição hierárquica. Trata-se da falta de reconhecimento pelo humano que há em cada um; da falta de qualidade na troca entre as pessoas; do distanciamento, da falta de intimidade e de confiança, da falta de afeto e disponibilidade, da inflexibilidade para com as próprias frustrações. Trata-se da falta de gentileza! É disso que se trata, pode apostar!

Portanto, embora as habilidades técnicas sejam imprescindíveis para as empresas, elas sabem que podem treinar um profissional para que se torne habilitado tecnicamente, assim como sabe que para ser agradável, simpático, flexível e gentil, é preciso que haja uma decisão pessoal.

As empresas podem sim motivar e incentivar seus colaboradores para a mudança de comportamento, mas ser gentil é essencialmente uma escolha do indivíduo. Tem a ver com as crenças e os valores que ele alimenta diariamente. Ou seja, a gentileza é um exercício diário!


7 Condutas Gentis e Tolerantes no Ambiente de Trabalho:

1) Aprenda a escutar.
Ouvir é muito importante para solucionar qualquer desavença ou problema.


2) Evite julgamentos e ações precipitadas.
Quando estiver nervoso, deixe para conversar mais tarde.


3) Peça desculpas.
Isso pode evitar conflitos maiores e salvar relacionamentos.


4) Valorize o que a situação e o outro têm de bom.
Perceba que este hábito pode promover verdadeiros milagres.


5) Seja solidário e companheiro.
Demonstre interesse pelo outro, por seus sentimentos e por sua realidade de vida.


6) Analise a situação.
Alcançar soluções pacíficas pode depender da compreensão da raiz do problema.


7) Faça justiça.
Esforce-se para compreender o outro e não para ganhar,
como se eventuais discussões fossem jogos ou guerra.




Autoria: Rosana Braga
www.somostodosum.ig.com.br/rosanabraga


Imagem:
http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=08679



6 comentários:

Eliane Gonçalves disse...

Excelentes dicas...
Se todos nos propormos seguirmos esses ensinamentos com certeza existirão menos conflitos nos ambientes de trabalho e na vida pessoal.
Mas muitas vezes as pessoas estão tão preocupadas com o dinheiro que esquecem que para ter prosperidade não é necessário passar por cima de ninguém e muito menos desses princípios citados no texto.

Parabéns pela postagem.Adorei.

Bjo,

Eliane.

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Eliane, a solidariedade é uma virtude que beneficia a todos. Lamentavelmente, muito pouco empregue em nossa atualidade. Que bom ter gostado do texto! Grata pelo retorno! Beijo.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Adélia. Essa semana, de 2ª a 5ª feira estive em SP fazendo um curso sobre Gestão do Conhecimento, Educação Corporativa e Aprendizagem Organizacional, na FIA, e um dos temas abordados foi exatamente esse que está postando. Como terei que voltar a SP para a 2ª parte do curso, permita-me levar este artigo para passar entre os alunos e professores. Beijos e saudades.

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Maria José, fique à vontade para levar o texto. Quanto mais pessoas tiverem acesso, melhores resultados serão atingidos. Um bom curso! Beijos. Meu carinho.

Aparecida Azevedo disse...

Oi Ádélia. Texto muito bom. Na aplicação do reiki é preciso que a pessoa fique relaxada, flexível p/ receber com facilidade a energia que a envolve. "Na natureza, nada é fixo; tudo vibra, tudo muda. A única coisa imutável é a lei cósmica de que tudo muda. A flexibilidade é a grande firmeza, como ensinavam os antigos sábios taoístas. Por isso, o bambu não quebra contra o vento: ele é flexível. Os antigos iniciados celtas também ensinavam algo parecido e usavam, como exemplo didático, o instinto da tarântula, quando tecia sua teia. Essa aranha – uma das mais venenosas dentre os aracnídeos –, prende as pontas de sua teia em pequenas plantas ou em ramos flexíveis. Dessa forma, quando o vento sopra contra, sua teia não se rompe, pois sua base não é rígida. A teia até balança muito, em conseqüência do movimento dos ramos onde está baseada, mas não quebra. Na flexibilidade de suas bases, está a firmeza! Se ligue, pode ser que venha ventania por aí". Este texto entre "" é do Wagner Borges. Beijo.

Tereza Kawall disse...

Textos preciosos, com palavras inspiradas, e sobretudo, sugestões para que as pessoas possas exercitar no dia a dia. e como falta gentileza em nosso cotidiano, hein amiga??
obrigada,
Tereza